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Sem posse de bola, dominado em todo o segundo tempo, com Fernando Prass fazendo milagres, o Palmeiras venceu, sem merecer, o bom time do Rosário Central. Com posse de bola, dominando em todo o segundo tempo, com um homem a mais desde o final do primeiro, o Palmeiras perdeu, e mereceu, para o esforçado, valente Nacional.
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Mereceu perder porque após tanto tempo de trabalho (270 dias) da comissão técnica, o Palmeiras não tem nada além da luta de seus jogadores e do apoio da torcida. Desorganizado, sem repertório, incapaz de elaborar boas jogadas, pouco fez além de cruzar, cruzar e cruzar. Foram 35(*) vezes, 29 na segunda etapa.
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O Nacional ficou encurralado, trocou 26(!) passes nos 45 minutos finais, número inacreditável mesmo com 10 em campo. No mesmo período deu 31 rebatidas, mas fez apenas 11 faltas, mesma quantidade dos palmeirenses. Isso porque o time paulista não envolve o rival, pouco dribla, aceita a marcação e apenas... cruza.
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É evidente que falta (bom) treinamento, que não há estratégia, e fica a sensação de desconhecimento em relação aos rivais estrangeiros que vão ao Allianz Parque. O Palmeiras decepciona quando ganha e quando perde. Vai mal com posse de bola (65% contra o Nacional) ou sem (foi de 35% diante do Rosario Central).
Por que está há tanto tempo mal? A pergunta que se repete tem resposta óbvia. São bons jogadores, estádio novo, torcida assídua, salários em dia, bom Centro de Treinamentos, um título recente... Sem blá, blá, blá. Alguém achava que o elenco atual do Palmeiras, sob o comando dessa comissão técnica, viraria um time de verdade?
A demissão de Marcelo Oliveira não aconteceu após o jogo contra o Rosario Central por causa da injusta e incrível vitória, turbinada pelo segundo gol no finalzinho da peleja. A insatisfação era grande na manhã de sexta-feira entre dirigentes alviverdes. Mas com os 2 a 0 o treinador ganhou uma sobrevida no cargo.
Há tempos está claro que era preciso mudar, agora até para os fanáticos que não entenderam o post da semana passada — clique aqui e leia — ou o comentário abaixo. A diretoria perdeu tempo, demorou para trocar o comando técnico. Quanto a Marcelo Oliveira, terá o desafio de mostrar que não foi uma espécie de campeão por acidente.
* números Footstats