quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Os candidatos para recuperar Nadal

Pela primeira vez, Toni Nadal admitiu a hipótese de deixar o comando absoluto da carreira de Rafa e adicionar um “supertécnico” ao time. Claro que o tio foi bem cauteloso. Em primeiro lugar, garantiu que a decisão terá de partir do tenista e de outro lado acredita que tal medida só seria levada realmente a sério caso 2016 não mostre a reação esperada do espanhol.
Vale lembrar que todos os grandes jogadores de hoje recorreram a ícones recentes do tênis para dar um novo rumo à carreira. Novak Djokovic agregou Boris Becker, Roger Federer foi atrás de Stefan Edberg, Andy Murray perdeu Ivan Lendl mas trocou por Amélie Mauresmo e já adicionou Jonas Bjorkman. Isso sem falar de Kei Nishikori e a parceria com Michael Chang, Stan Wawrinka e o forte grupo sueco dirigido por Magnus Norman, Marin Cilic com Goran Ivanisevic e tantos exemplos de sucesso.
Mas quem afinal reuniria as características mais adequadas para reerguer Nadal? Vamos a algumas sugestões, seus prós e os inevitáveis contras.
Mats Wilander – Surge como o mais forte candidato, porque teve boa experiência como treinador de Marat Safin e da Copa Davis. Tem coisas muito em comum com Rafa: a precocidade (ganhou Roland Garros aos 17 anos), a preferência pelo saibro, a adaptação do jogo para os pisos sintéticos, personalidade dentro e fora da quadra muito semelhantes. Seu  único problema é a pouca vontade de viajar o circuito, algo que conseguiu equilibrar com o atual emprego de comentarista.
Andre Agassi – Há muita especulação em cima do norte-americano, porque ele sobreviveu a intensos altos e baixos na carreira, incluindo depressão e contusões, a ponto de recuperar o número 1 já aos 34 anos. Tinha um estilo bem agressivo de base, jogando dentro da quadra, pegando bola na subida, aplicação na devolução, detalhes que podem ajudar muito Rafa. O ponto negativo é a total inexperiência como treinador e a personalidade que não casa com Toni.
Paul Annacone – Este sim tem vasta experiência como treinador, nem todas bem sucedidas. Fez trabalho excepcional com Pete Sampras e ajudou muito Roger Federer, tendo feito muitas mudanças na parte tática do suíço. Pode justamente ajudar Rafa nisso e lhe dar maior diversidade de jogo. A dificuldade é que Annacone provavelmente não queira dividir espaço com Toni.
Arantxa Sánchez – A imprensa espanhola especula muito, porque a supercampeã é muito bem vista nos bastidores e certamente sua contratação teria ótima repercussão. Trabalhou recentemente com Carol Wozniacki e manifestou seu desejo de desafios maiores. Sua grande virtude era a determinação em quadra e a inteligência tática, mas isso Rafa tem de sobra.
John McEnroe – O fenomenal tenista chegou a se oferecer para treinar Murray após a saída de Lendl, mas não vingou. Nenhuma experiência como técnico. A personalidade é radicalmente oposta a de Rafa, o que pode ser um componente interessante ou um desastre. Canhoto e tenista agressivo por natureza, Mac poderia convencer Rafa a mudanças técnicas e táticas inusitadas. Eu particularmente duvido que desse certo.