sexta-feira, 27 de março de 2015

Medo de 'megalomania' de Aidar e falta de opção seguraram Muricy no São Paulo

GAZETA PRESS
Muricy ficou no São Paulo, mas ainda não aliviou completamente a pressão
Ataíde e Gustavo de Oliveira temeram que Aidar propusesse opção 'megalomaníaca'
O São Paulo por pouco não terminou a quinta-feira sem treinador. O técnico Muricy Ramalho chegou a entregar o cargo após a derrota para o Palmeiras, mas foi convencido pela direção tricolor a mudar de ideia, em uma reunião que durou mais de uma hora, no CT da Barra Funda, antes do início do treino dos reservas.
Na conversa, que também contou com a presença dos auxiliares Milton Cruz e Tata, o vice de Futebol do São Paulo, Ataíde Gil Guerreiro, foi surpreendido pelo discurso do treinador e fez de tudo pela permanência. O principal argumento: a impossibilidade de contratar um novo técnico em seis dias - na próxima quarta-feira o clube entra em campo para enfrentar o San Lorenzo pela Copa Libertadores da América, em jogo muito importante para a classificação às oitavas de final.
Além de usar o discurso de "vamos voltar a ganhar todos juntos", o dirigente lhe garantiu que vai cobrar pessoalmente os jogadores do elenco e de forma individual, incluindo alguns atletas cujas posturas têm incomodado o treinador.
"Acertei com o Muricy e vou ter conversa individual com cada jogador. A cobrança agora tem que ser dura, e terei isso com cada jogador. É um momento de entrarmos a fundo na questão para saber o que está acontecendo. As conversas serão indidivuais", disse Ataíde.
Bastante abalado nos vestiários do Allianz Parque, Muricy deu indícios que poderia querer deixar o cargo à disposição logo depois da derrota para o Palmeiras por 3 a 0.
O gerente de Futebol, Gustavo Vieira, e Ataíde ficaram até 4 horas da manhã no CT da Barra Funda discutindo possibilidades no mercado (ou a falta de) e refletindo qual seria o problema do time.
Havia ainda o receio com o perfil "megalomaníaco" do presidente Carlos Miguel Aidar, que poderia resolver inovar e trazer algum nome diferente para comandar o clube.
 
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Os fatores, somados, fizeram com que a direção são-paulina chegasse a uma conclusão: não aceitariam se Muricy realmente entregasse o cargo. O que fez o vice de Futebol declarar nesta quinta de manhã, em contato com a reportagem, antes mesmo da reunião, que ele garantia a permanência do treinador.
"No meio da conversa o Muricy disse que se eu achasse que o melhor para o São Paulo era a saída dele, ele saía. Mas eu disse que precisava dele e que temos um acordo para encontrar o problema. Falei para ele não falar mais sobre isso comigo", afirmou Ataíde.
A tendência é de que Muricy permaneça pelo menos até o fim da primeira fase da Libertadores. A expectativa interna é de que uma eliminação precoce, contudo, pode causar uma revolução no departamento de futebol, provocando a saída de vários funcionários influentes.
 
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