quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Flamengo mira no mercado um volante com qualidade no passe, para reposição ou jogar com Canteros

DIVULGAÇÃO/FLAMENGO
Vanderlei comanda o Flamengo durante pré-temporada em Atibaia
Vanderlei Luxemburgo arma o Flamengo na pré-temporada em Atibaia apostando em velocidade e movimentação.
"Sem pressa". É o que mais se ouve da direção de futebol do Flamengo quando o assunto é contratação de jogadores. O clube observa o mercado com calma e silêncio, como bem mostra a matéria do nosso ótimo Pedro Henrique Torre - leia AQUI.
Mas além do atacante e do meia criativo, apontados como prioridades pelo vice-presidente de futebol Alexandre Wrobel, uma outra posição, ou função, pode ser reforçada até o início do Campeonato Brasileiro: volante, de preferência com bom passe e chegada à frente.
Vanderlei Luxemburgo trabalha na pré-temporada em Atibaia/SP com o argentino Canteros, que tem a função de organizar o time de trás e Cáceres protege mais a retaguarda. O treinador quer muita rapidez e movimentação no quarteto ofensivo do 4-2-3-1 - não por acaso, o típico centroavante Alecsandro começou entre os reservas e os nomes estudados para o setor ofensivo se enquadram nessa dinâmica.
Nos primeiros trabalhos táticos, Marcelo Cirino ficou mais avançado, porém alternando pelos lados com Gabriel e Everton e abrindo espaços para Eduardo da Silva. Todos com perfil de atacante, jogo vertical com mudanças de direção. Para trabalhar em espaços curtos com rápidas trocas de passe ou transições ofensivas com velocidade.
Quem pensa o jogo? O volante, que tem um pouco mais de espaço para distribuir as jogadas, fazer inversões, ditar o ritmo. No elenco atual, o único com essas características é Canteros. Márcio Araújo, em tese o reserva imediato, conduz mais a bola, não organiza.
Uma opção seria aproveitar Jajá, meia do sub-20 que também atua como volante e se encaixaria no perfil. Mas a filosofia da diretoria é subir os garotos da base sem queimar etapas, com paciência.
Por isso, o clube estuda um nome que possa ser a reposição de Canteros. Ou mesmo disputar a posição com o argentino e, em algumas ocasiões, atuar no lugar de Cáceres e tornar o time ainda mais ofensivo.
O interesse em Arouca, descartado pelos altos valores de salário e luvas, não foi por acaso. Para o modelo de jogo de Luxemburgo funcionar, não há como abrir mão do volante com qualidade.
Desde os tempos de Bragantino, em 1990, Vanderlei valoriza o jogador técnico na posição. Na época, a maioria dos "cabeças-de-área" tinha como única função marcar pelos meias e ajudar os zagueiros na cobertura dos laterais no 4-2-2-2 típico do período. Eram essencialmente destruidores.
Luxemburgo escalou César Sampaio e Mazinho, depois Flavio Conceição, no Palmeiras e em 1998, no Corinthians, recuou Rincón para fazer a saída de bola com bom passe.
Em entrevista ao site Globoesporte.com, o preparador físico Antonio Mello afirmou que o treinador rubro-negro quer "modernizar o futebol brasileiro". Nos treinos, investe em compactação e participação de todos com e sem a bola. Exige dos laterais Léo Moura e Thallyson o posicionamento como defensores junto com os zagueiros na última linha. Exigências do futebol atual jogado em altíssimo nível.
Mas para fazer seu time funcionar, vai precisar de um velho recurso de seu repertório: o volante passador. Hoje é Canteros, amanhã quem será? A direção do Fla segue estudando, sem pressa. Por enquanto, Luxemburgo exige velocidade apenas no campo.
OLHO TÁTICO
O primeiro esboço de Luxemburgo para o Flamengo em 2015: 4-2-3-1 com quarteto ofensivo móvel, laterais mais presos e Cáceres organizando de trás.
O primeiro esboço de Luxemburgo para o Flamengo em 2015: 4-2-3-1 com quarteto ofensivo móvel, laterais mais presos e Cáceres organizando de trás.