terça-feira, 9 de dezembro de 2014

César Cielo: mais que duas mãos cheias de ouro em mundiais

César Cielo sempre teve a ambição e a satisfação de olhar para baixo no momento da premiação. Raramente aceita quando não é assim, lamenta, quase não se perdoa, mas com a maturidade adquirida, hoje entende.
Terminar em terceiro nos 50 livre em Doha foi um dos golpes mais duros que César Cielo já recebeu na carreira. A frustração era evidente, principalmente por saber que ele podia muito mais do que mostrou no duelo contra Florent Manaudou.

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Se o próximo capítulo dos 50 ficou para Kazan em 2015, o destino lhe deu a chance de provar nos 100 que essa rivalidade está mesmo longe do fim. Num dia iluminado tudo parecia perdido. Nas viradas a vantagem foi sempre de Manaudou, na chegada a batida foi de Cielo, turbinado pela decepção de dias antes, com a fome que ele sempre demonstrou ao longo da carreira.
Mas não era o bastante. Alguém que cai na água em quarto lugar quase um segundo atrás de alguém como Ryan Lochte, pensa em se preocupar com quem vem atrás para não perder o lugar no pódio, não para César Cielo. A recuperação impóvável no 4x100 medley deu ao Brasil a sétima medalha de ouro, a medalha que deu ao país a liderança no quadro geral de medalhas.
Aos 27 anos Cielo tem agora 11 medalhas de ouro em mundiais, pelo menos mais um pela frente além dos jogos olímpicos do Rio em 2016. Com 24 Manaudou leva pequena vantagem no confronto direto, tem 4 ouros em mundiais e a certeza de que, enquanto Cielo competir, n'ao vai ter sossego quando cair na água.