Não foi à risca, mas Muricy Ramalho seguiu, em boa parte do tempo, a recomendação médica de não se estressar à beira do campo. Ao longo da vitória desta quarta-feira sobre o Atlético-PR, no Morumbi, o comandante são-paulino se levantou menos do que o habitual do banco de reservas, decidido a sofrer novamente de uma arritmia cardíaca.
"É só neste momento que o ser humano faz reflexão. Quando você chega a um hospital, e o cara começa a te entubar, a pôr coisa no seu nariz, um monte de fio, e olha para o aparelho dizendo que você tem que ir para a UTI... Nunca passei por um negócio desse. Sozinho, você fica pensando. Tenho três filhos, esposa", disse, jurando ter controlado o nervosismo como nunca antes na carreira.
Até o intervalo, o treinador esbravejou em poucos momentos. Como quando Alexandre Pato desperdiçou chance incrível, cara a cara com o goleiro Weverton, e depois que o árbitro não assinalou falta em Osvaldo, no meio-campo. No segundo tempo, a agitação foi bem maior. "Porque o jogo estava começando a complicar. O Atlético veio para cima", explicou, rindo.
Apesar de partir mais para o ataque, o time paranaense não evitou a derrota por 1 a 0, no Morumbi, assegurada pelo São Paulo com gol do meia Maicon, ainda aos cinco minutos da primeira etapa.
"Fizemos um bom primeiro tempo. A gente vem em uma sequência muito grande de jogos. Alguns jogadores sentem um pouco, e a gente está com um time muito mexido. Quando jogam os mesmos, é um bom time, tem entrosamento. Mas o mais importante foi o resultado, porque os dois times não fizeram um bom jogo. Foi um jogo de muita marcação", avaliou.
O triunfo colocou a equipe, ao menos momentaneamente, dois pontos à frente do Internacional, na segunda posição do Campeonato Brasileiro. O time gaúcho ainda vai a campo nesta quinta-feira, diante da Chapecoense, fora de casa.
