terça-feira, 9 de setembro de 2014

"Rei" da troca de passes, São Paulo foge do padrão que caracteriza até o líder Cruzeiro


Mauro Cezar analisa duelo de estilos no Brasileiro: São Paulo 'passador' x Cruzeiro objetivo; veja
Na mesma rodada do campeonato, um jogo (São Paulo x Sport) registra 783 passes certos e outro (Chapecoense x Goiás) não passa de 42% disso, com 334. O tricolor paulista trocou 498 passes certos, mais do que registraram os dois times em Chapecó e também Atlético Paranaense e Palmeiras, em Curitiba. Quem mais se aproximou foi o Flamengo, com 425 passes corretos diante do Grêmio, em jogo que beirou os 700.
Números que mostram a disparidade entre partidas do Brasileiro, e escancara a diferença no estilo de jogo são-paulino em relação à maioria. Fora os jogos de sábado no Maracanã e domingo no Morumbi, a média de passes certos na rodada não foi além de 520, ou 56% dos 923 que flamenguistas e são-paulinos somaram em suas partidas. O Goiás totalizou apenas 118 e o Botafogo 193 passes certos na rodada.
Por tudo isso não é de se surpreender pela forma como o São Paulo construiu sua vitória por 2 a 0 sobre o Sport. Dois gols, especialmente o segundo, com a bola passando de pé em pé. No caso do Flamengo, a posse proporcionada pela estratégia gremistas ("Fique com ela"), principalmente no segundo tempo, não resultou em gols devido à qualidade técnica dos jogadores rubro-negros, inferior à dos são-paulinos.
Mas no duelo de sábado no Maracanã, outro dado chamou a atenção: o pequeno número de finalizações certas (só um par do time mandante). Apenas duas das outras nove partidas mostram número inferior de arremates no alvo, entre elas a vitória do São Paulo. Detalhe: o Sport não acertou a meta defendida por Rogério Ceni uma vez sequer. Conclusão: times que trocam menos passes são mais objetivos.
Em contrapartida, a fraca peleja entre Grêmio e Flamengo apresentou, disparado, o maior número de desarmes. Partida muito brigada e pouco jogada, com uma disputa feroz pela bola e preocupação em marcar superando amplamente o interesse em criar jogadas. O cotejo não foi pior graças a André Luís de Freitas Castro, que não marcou faltinhas à brasileira, daí as muitas roubadas de bola. Fosse outro apitador, desarmes seriam tranformados em infrações com jogo mais truncado.
O Cruzeiro, líder do turno, trocou 263 passes diante do Fluminense no Maracanã. Estilo direto, "vertical", como se diz, absolutamente diferente do apresentado pelo seu mais próximo perseguidor, o São Paulo. E apenas 52% dos passes acumulados pelos são-paulinos no Morumbi. Futebol não se joga de uma só forma, mas no Brasil, nota-se, impera um estilo mais direto, menos rebuscado. O time do Morumbi é rara exceção.
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Em destaque, por quesito, os jogos com índices mais altos em cada um dos itens
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