Precisão no saque, devoluções perfeitas, poucos erros para quem tanto aposta na agressividade. Marin Cilic (16º) não hesitou em praticamente nenhum momento e poucas chances deu a Kei Nishikori (11º) nesta segunda-feira, na final masculina ‘alternativa' do US Open de 2014. Com um nível semelhante ao que apresentou na semifinal, ele atropelou o japonês e se sagrou campeão do último Grand Slam da temporada com incontestáveis 3 sets a 0, parciais de 6/3, 6/3 e 6/3, em 1h50.
Com o título, Cilic não só consegue o primeiro Major da sua carreira como iguala seu técnico, Goran Ivanisevic, que havia sido o último croata a levantar a taça de um dos quatro maiores torneios da temporada: em 2001, após receber um wildcard, o ex-atleta foi campeão em Wimbledon.
A conquista também catapulta o croata no ranking. Com os 2 mil pontos conquistados graça à taça em Nova York, ele deve aparecer na nona colocação na atualização do ranking que a ATP divulgou nesta segunda-feira. Desta forma, vai igualar o seu melhor ranking, já que foi nono lugar por seis semanas em 2010, quando tinha 21 anos.
O croata ainda também se recupera após ter chamado a atenção em 2013 por ter se envolvido em um caso de doping. Denunciado pelo uso da substância niquetamida, ele chegou a ser suspenso por nove meses pela ITF. Após recurso na Corte Arbitral do Esporte, conseguiu reduzir a suspensão para quatro meses e voltou a competir ainda no final da última temporada.
GETTY
Do outro lado da quadra, Nishikori - que buscava ser o primeiro asiático a ganhar um Grand Slam no tênis masculino -, apesar da derrota, tem também o que comemorar. Ele deve ser confirmado como o novo oito do mundo e passará a ser o asiático mais bem colocado na história da lista da ATP, já que o ex-tenista tailandês Paradorn Srichaphan foi 9º em 2003.
O japonês, porém, não foi nem sombra do atleta que conseguiu eliminar os top 10 Milos Raonic, Stan Wawrinka e Novak Djokovic na partida contra Cilic. Sem saber lidar com as ótimas devoluções do adversário e sempre sofrendo para fechar o serviço, o número um do Japão foi ‘engolido' pelo jogo do croata.
Com bons serviços e uma precisão quase incomum nas devoluções que iam nas linhas da quadra, Cilic dominou a final do US Open como não se via há algum um tempo. Antes da decisão desta segunda, a última decisão tão ‘desigual' - que havia terminado em três sets - fora em 2008, quando Roger Federer venceu Andy Murray.
Poucos erros, show de bolas nas linhas, saque em dia. Tal como seu arsenal de golpes, Cilic fechou o torneio da mesma maneira: com um jogo avassalador.
"Trabalhei duro. Joguei o melhor tênis da minha vida neste torneio. Para todos os outros jogadores que trabalham duro, este é um grande sinal e uma grande esperança que, se você trabalha duro, as coisas acontecem", definiu o croata.