terça-feira, 1 de julho de 2014

Diário alemão da Copa: Dia #26, A Batalha de Porto Alegre

Joachim Low, técnico da Alemanha, durante jogo contra a Argélia
Joachim Low, técnico da Alemanha, durante jogo contra a Argélia
Foi, acima de tudo, um espetacular jogo de futebol.

Se Alemanha e Argélia têm em suas histórias a "Vergonha de Gijón", passaram a ter a partir desta segunda-feira "A Batalha de Porto Alegre".

Os alemães têm um time melhor do que os argelinos. Foram melhores. Criaram mais oportunidades, finalizaram mais, tiveram mais posse de bola e trocaram bem mais passes. No entanto, estamos falando de futebol. Esporte no qual um time inferior em diversos aspectos é capaz de jogar de igual para igual com outro mais forte. Foi o que aconteceu.

Alemanha 2x1 Argélia

Posse de bola 63% x 37%
Finalizações 29 x 11
Finalizações certas 22 x 7
Passes 940 x 504
Aproveitamento nos passes 82% x 66%
Cruzamentos 30 x 21
Bolas recuperadas 68 x 65
Distância percorrida 127420m x 124537m
Faltas 11 x 20

Os números e o jogo em si mostram que a Alemanha foi superior. Mesmo assim, a Argélia criou muitas situações perigosas, estando melhor na primeira etapa. Slimani infernizou a vida da defesa alemã e Feghouli esbanjou qualidade. Rais M'Bolhi foi o grande destaque da partida, levando-a para a prorrogação e protagonizando defesas maravilhosas.

O jogo, mais uma vez, apontou falhas no sistema defensivo alemão. É quase desnecessário lembrar que os dois laterais foram mal. No caso, o improvisado Shkodran Mustafi pela direita - que atuou no lugar do lesionado Mats Hummels - e Benedikt Höwedes pela esquerda. Ao menos, Jérôme Boateng teve um bom rendimento, já que atuou como zagueiro.

Toni Kroos e Bastian Schweinsteiger não repetiram as boas atuações, mas neste caso vejo mais méritos da marcação desenhada pelo excelente Vehad Halihodzic do que qualquer outro fator. Medhi Lacen e Mehdi Mostefa, os dois volantes do 4-2-3-1, foram implacáveis na perseguição aos alemães.

A Alemanha só melhorou quando, primeiro, entrou Andre Schürrle no intervalo no lugar de Mario Götze, o que deixou o time bem mais vertical; segundo, e consideravelmente, quando Mustafi se machucou, Philipp Lahm foi para a lateral-direita e Sami Khedira entrou no meio-campo, já na metade da segunda etapa do tempo regulamentar.

ESPN
Boa presença no setor ofensivo de Götze (depois Schürrle), Kroos, Schweinsteiger e Müller
Boa presença no setor ofensivo de Götze (depois Schürrle), Kroos, Schweinsteiger e Müller
Há esperança de que Joachim Löw tenha percebido que essa mudança fará bem demais à equipe, por mais que, com Hummels recuperado, ele volte a jogar com os quatro zagueiros em linha.

Como pontos positivos, além dessa mudança de posicionamento de atletas mas mantendo o 4-3-3, vejo a paciência que os alemães tiveram contra a defesa argelina. Em momento algum a Alemanha se mostrou desesperada com o empate e muito menos com a prorrogação. Respeitou o adversário do início ao fim, mostrou maturidade. Cabe o elogio para Mesut Özil, que apesar da irregularidade e instabilidade, teve brilhos em momentos importantes.

Contra França, nas quartas de final, no Maracanã na próxima sexta, a equipe alemã precisa melhorar. Joachim Löw sabe e disse justamente isso na coletiva de imprensa pós-classificação suada contra os argelinos. Ele tem, em mãos, o que precisa para fazer o time melhorar consideravelmente.

Adendo: nesta terça publico as curiosidades desse jogo e da transmissão da partida na ESPN. Incluindo o narrador catariano maluco e mais uma foto com ídolo