terça-feira, 1 de julho de 2014

A coluna que seria publicada na Folha de S. Paulo hoje antes do encontro com Felipão

Antes do encontro com Felipão, no final da tarde de segunda-feira na Granja Comary, havia uma coluna escrita para a Folha de S. Paulo sobre a partida entre Argentina x Suíça. Foi contra a Suíça, em 1980, o cruzamento de letra mais famoso de Maradona, aquilo que se chama na Argentina de La Rabona. Veja o lance e leia a coluna que estaria hoje nas páginas da Folha de S. Paulo.
O JOGO DOS GÊNIOS
Não espere um ferrolho suíço hoje para parar Messi. Ottmar Hitzfeld tem uma equipe talentosa, que marca, mas também gosta de jogar e se expõe a sofrer goleadas com os 5 x 2 para a França. Nos últimos 35 anos, foi apenas a terceira vez que a Suíça levou cinco gols em uma mesma partida.
Em 1980, amistoso em Córdoba, a Argentina fez 5 x 0 nos suíços numa partida marcada por uma obra prima de Maradona.
Recebeu na meia direita e arrastou a marcação para a ponta direita. Na linha de fundo e sem espaço para cruzar com a canhota, passou o pé esquerdo por trás da perna direita e de letra colocou a bola na cabeça de Ramón Diaz: gol da Argentina!
O cruzamento de letra de Diego é conhecido em Buenos Aires como La Rabona e aconteceu contra a Suíça no último amistoso antes da estréia argentina no Mundialito, contra o Brasil - empate por 1 x 1, golaço de Maradona.
A Suíça também já conheceu a genialidade de Messi. O último encontro entre as duas seleções aconteceu em Berna, em 2012. Os suíços resistiam no 1 x 1, gols de Messi e Shaqiri, quando Aguero recuperou uma bola no ataque a três minutos do fim. Aguero passou a Messi que driblou Senderos e tocou caprichosamente por baixo da bola, encobrindo o goleiro. Messi faria seu terceiro gol no jogo com um pênalti nos acréscimos: Argentina 3 x 1.
A grande atuação de Shaqiri contra Honduras e a lembrança de faltarem só três minutos para o empate em 2012 dão idéia de que pode haver um jogo difícil hoje, em Itaquera. Mas os suíços também sabem que toda vez que enfrentam os argentinos são vítimas de jogadas históricas produzidas por craques geniais.
Foi assim com a rabona de Maradona e com o golaço de Messi.
"Messi está num momento especial e isso entusiasma o time inteiro", disse Di Maria dois dias atrás.
Na Copa dos grandes jogos e do equilíbrio entre grandes e pequenos, ter um gênio pode ser a diferença.