quinta-feira, 31 de julho de 2014

Adilson Batista 'mascara' losango com mais um meia, mas Vasco, mesmo classificado, segue com problemas

O Vasco cumpriu sua missão na Copa do Brasil. Mesmo na Série B, garantiu vaga nas oitavas-de-final, etapa em que os times que disputaram a Libertadores entram na competição. A partir de agora é outro torneio.
As vitórias sobre a Ponte Preta são fundamentais também para transferir confiança e não permitir que a turbulência política do clube interfira no futebol. Mas o empate sem gols pelo Brasileiro contra o mesmo adversário não permitiu que os cruzmaltinos voltassem a se aproximar do G-4.
Porque a equipe de Adilson Batista precisa de evolução mais consistente. A chegada de Kleber "Gladiador" induziu o treinador a voltar ao 4-3-1-2 que vinha sendo utilizado no próprio Vasco e trabalhado com o atacante no Cruzeiro vice-campeão da Libertadores de 2009. Kléber não é pivô, centroavante. Nem tem vigor e disciplina tática para jogar pelos lados. Adilson também conhece Douglas, que precisa de liberdade para articular.
Losango no meio e dois atacantes. Sem muita margem de manobra, Adilson arriscou Dakson no lugar de Aranda, substituto de Pedro Ken. Adaptando dois meias, mas no mesmo desenho tático em São Januário. O mais jovem volta pela direita e auxilia Guiñazu e Fabrício, que alternavam no centro e à esquerda. Uma adaptação ou "máscara", até para agradar a torcida que não convive bem com a ideia dos três volantes contra times teoricamente mais fracos.
O trabalho no meio-campo ganhou volume, Dakson apareceu mais na frente, dividindo a criação com Douglas e sofrendo o pênalti que o camisa dez converteu e abriu o placar. Mas ainda falta movimentação. Profundidade, só nas bolas longas para Thalles e nas ultrapassagens dos laterais Carlos César, que tomou a vaga de André Rocha, e Diego Renan. Pouco.
OLHO TÁTICO
Vasco no 4-3-1-2 com Guiñazu e Fabrício alternando à esquerda e no centro, Dakson voltando pela direita e Douglas próximo à dupla de ataque.
Vasco no 4-3-1-2 com Guiñazu e Fabrício alternando à esquerda e no centro, Dakson voltando pela direita e Douglas próximo à dupla de ataque.
Por isso as raras chances cristalinas em jogadas trabalhadas e o gol contra de Rafael Costa em cobrança de escanteio de Douglas pela direita. Três minutos depois da falha grotesca de Rodrigo que Cafu aproveitou encobrindo Martín Silva com belo toque. O confronto, porém, já estava resolvido desde os 2 a 0 no Moisés Lucarelli.
Adilson mudou no segundo tempo. Com Montoya, Lucas Crispim e Edmilson, o Vasco voltou ao 4-2-3-1 que tem Douglas centralizado no trio de meias. Esquema base na final do Estadual e em alguns jogos na Segunda Divisão. Ganha velocidade, combatividade pelos lados, alguma compactação e presença na área, mas sobrecarrega os dois volantes pelo centro porque Douglas participa pouco sem a bola. É meia que chama a atenção pela técnica e classe, com bola rolando ou parada. Ainda é importante no futebol brasileiro. A tendência, porém, é que seja substituído aos poucos por criativos mais dinâmicos, que marcam e dão opção de passe.
TRUMEDIA
Douglas aparece nos dois lados para articular e é fundamental nas bolas paradas, mas participa pouco sem a bola.
Douglas aparece nos dois lados para articular e é fundamental nas bolas paradas, mas participa pouco sem a bola.
Para o maior objetivo do Vasco em 2014 deve ser suficiente. Primordial voltar à Série A já na próxima temporada. Obrigação, até. Para melhorar o desempenho, o técnico cruzmaltino pode insistir com o losango que tem dois meias. Mas seguir testando, trabalhando para tornar o time mais sólido e regular na temporada.
REPRODUÇÃO TV GLOBO
Flagrante do Vasco no 4-2-3-1 final em fase defensiva após as substituições. Ganha força na frente, mas sobrecarrega os volantes.
Flagrante do Vasco no 4-2-3-1 final em fase defensiva após as substituições. Ganha força na frente, mas sobrecarrega os volantes.