EFE
O Atlético de Madrid teve intensidade e concentração durante praticamente todos os pouco mais de noventa minutos no empate sem gols com o Barcelona na "decisão" do turno da liga espanhola no Vicente Calderón.
Sistema defensivo do Barcelona marcou Diego Costa com atenção.
Mas nos primeiros 15 minutos o time de Simeone tangenciou a perfeição na execução do plano de jogo: duas linhas de quatro muito compactas e bem coordenadas, pressão no campo adversário nos tiros de meta e laterais; Villa e Diego Costa colaborando sem a bola, principalmente no combate a Busquets, o homem do desafogo no toque de bola blaugrana.
Na transição ofensiva, muita velocidade e futebol simples e prático. Koke e Arda Turan alternavam pelos lados e se aproximavam dos atacantes. Quando Turan, grande destaque do jogo, apareceu pela direita surgiu a mais bela jogada e a melhor oportunidade da primeira etapa.
Com Messi e Neymar no banco, o Barcelona de Tata Martino só conseguiu se aprumar e trabalhar a posse de bola no campo de ataque quando os colchoneros diminuiram naturalmente o ritmo alucinante.
No entanto, faltou inspiração na frente. Alexis Sánchez e Pedro não conseguiam infiltrar em diagonal e Fábregas precisava ajudar Xavi e Iniesta na articulação e apareceu pouco na área rival. Os 61% de posse novamente foram pouco efetivos: só quatro finalizações, contra duas do time mandante. A rigor, apenas um chute de longe de Piqué que deu trabalho a Courtois.
Problema compensado pelo bom comportamento tático no 4-3-3 habitual, especialmente na defesa. Mascherano perfeito no confronto direto com Diego Costa, Piqué seguro contra Villa e, a grande surpresa, Daniel Alves e Jordi Alba muito corretos no trabalho como laterais na última linha. Segurança e bom posicionamento, com coberturas por dentro precisas.
Olho Tático
A dúvida para o segundo tempo era como a equipe de Madrid se comportaria tática e fisicamente contra Messi, substituto do lesionado Iniesta já no intervalo, e Neymar, que entrou no lugar de Alexis Sánchez aos 21 minutos.
A resposta foi positiva, mesmo com duas finalizações de Messi em raros momentos de desorganização atleticana. Simeone trocou Villa por Raúl García e definiu Diego Costa como atacante mais enfiado. Turan ficou mais fixo à direita, mas seguiu como jogador mais lúcido e eficiente.
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Arda Turan foi o melhor em campo alternando pelos flancos, porém mais efetivo à direita.
Martino reforçou o meio com Sergi Roberto, que entrou na vaga de Pedro pela meia direita. Xavi trocou de lado, Fabregas voltou à função de "falso nove" e Messi abriu à direita.
Neymar conseguiu sair do lado esquerdo e circular, porém criou pouco. Com o craque argentino em campo, o brasileiro sempre parece mais tímido e preocupado em servir a grande estrela. Algo que vinha melhorando, mas retrocedeu com Messi afastado.
Neymar conseguiu sair do lado esquerdo e circular, porém criou pouco. Com o craque argentino em campo, o brasileiro sempre parece mais tímido e preocupado em servir a grande estrela. Algo que vinha melhorando, mas retrocedeu com Messi afastado.
O Barcelona manteve o índice de posse e continuou finalizando mais, mas foi menos impositivo que o esperado. Pelo contexto, o empate era um resultado interessante. Simeone então resolveu arriscar nos últimos minutos com Cristian Rodríguez no lugar de Tiago - Koke foi para o centro. Mas sem "tudo ou nada" no belo duelo tático. Afinal, a campanha supera as expectativas, o trabalho de Simeone é excelente, a base é entrosada e as chances de título são reais.
Olho Tático
Cinquenta pontos em 57 possíveis. Quatro em seis diante dos gigantes. Números só inferiores ao do time catalão e apenas no saldo de gols. Consistência que confirma o Atlético de Madrid como o "grande intruso" na disputa bipolar entre Barça e Real Madrid. Uma ótima notícia na Espanha.
