sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Felipão, uma elogiável lição de democracia na amarelinha desbotada: 'Eu sou o rei'

O comandante da tropa ‘Brasil, ame-o ou deixe-o' responderá a qualquer pergunta. Democraticamente, com o coração e a alma escancarados à verdade, em mais uma aula de transparência do Circo Brasileiro de Futebol.
Basta seguir um pequeno script: nada de perguntas sobre o atacante Diego Costa, que se recusou a jogar pela pátria de chuteiras.
Ou sobre jogadores ausentes da lista de convocados, como o atleticano Diego Tardelli, muito mais merecedor de crédito que Robinho, o rei das pedaladas enferrujadas.
Ou sobre o mico do ano que pagou no programa ‘El Partido de las Doce', da rádio Cadena Cope, quando pensou que conversava com o ‘presidente do Atlético de Madrid' e revelou que chamaria Diego Costa não apenas para os amistosos contra Honduras e Chile, mas também para a Copa.
Regras democráticas definidas, blá-blá-blá pra cá, nhenhenhém pra lá, até Sérgio Rangel, da ‘Folha', quebrar a palavra oficial e questionar a diferença entre a opção de Diego Costa de jogar pela Espanha e a de Felipão de trocar o Brasil por Portugal em 2002, depois de conquistar o penta.
Polidamente, o ‘sargento' respondeu: "Não faça uma pergunta ridícula que vai ser meio chato. É uma desconexão total o que você está perguntando. Vou te responder daqui a quatro ou cinco anos." Ao ser interpelado pelo jornalista porque achava que a pergunta era ridícula, rebateu: "Porque é ridícula e eu respondo se quiser."
Felipão ameaçou ir embora ao melhor estilo José Mourinho. Voltou. E reavivou uma triste memória de 26 de outubro de 2006.
Mais precisamente de um cartola palmeirense, o então diretor Salvador Hugo Palaia, que lançou a sensacional autoentrevista: "Eu tenho comigo algumas perguntas que sei que vocês fariam. Então já as selecionei e tenho as respostas." Chama o Pluto!
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Macaca sonha. Ficou um pouco mais difícil, é verdade, mas a Ponte ainda tem chances de avançar às semifinais da Copa Sul-americana. O time campineiro ficou no ‘oxo' contra o Vélez Sardield, em Campinas, e agora tem a vantagem do empate com gols no segundo duelo, dia 7, na Argentina. Quem vencer o embate jogará contra o ganhador de Lanús x River Plate (0 a 0 no primeiro jogo).
Sugismundo Freud. O desprezo é a maior vingança.
Zapping. A vitória do soberano São Paulo sobre o Atlético de Medellin, pelas quartas de final da Sul-americana, cravou 19 pontos no ibope da plim-plima na grande Pauliceia refém da violência. O share (TVs ligadas) atingiu 35%. Foi a pior média da emissora nos jogos de quarta desde julho. Na Cidade Maravilhosa das balas perdidas, Goiás x Flamengo, pelas semifinais da Copa do Brasil, rendeu 30 pontos e 51% de share. Igualou o recorde das partidas no meio da semana. Cada ponto em SP equivale a 62 mil domicílios sintonizados; no RJ, 38 mil.
Dona Fifi. Há quem jure que o atacante Luis Fabiano vive os últimos momentos no soberano São Paulo. Em 2014, tchau e bênção.
Canoa furada. A cada olhada na folhinha, a campeã mundial Fabiana Beltrame entra em parafuso. O remo brasileiro tem tudo, e muito mais, para afundar na Olimpíada de 2016. Pouco se faz na Lagoa Rodrigo de Freitas, que receberá as provas. Não se vê mobilização, uma estrutura adequada para treinar, um CT para reunir a seleção. Pior: de acordo com o Portal Transparência, serão investidos R$ 41 milhões na área do estádio de remo. Mas apenas 11% serão destinados a instalações permanentes. O restante será retirado após os Jogos.
Twitface. O ‘pofexô' Vanderlei Luxemburgo ganhou importante voto de confiança no Fluminense. O presidente Peter Siemsen garantiu que o treinador está sólido como uma rocha... até o clássico com o Flamengo. Que prestígio!
Gilete press. De Ancelmo Gois, no ‘Globo': "O tour do Maracanã está dando o que falar. O ponto alto da visita para as mulheres é o vestiário dos atletas, que tem as camisas usadas pelos jogadores da seleção na final da Copa das Confederações. O motivo dos suspiros das moças é a camisa de número 9, que vestiu o atacante Fred. Além de fazer fila para tirar fotos, as turistas estão, acredite!, cheirando o tecido atrás do perfume do jogador." Olha o passarinho!
Tititi d'Aline. O bicho pegou na França. O presidente François Hollande bateu o pé e confirmou que não pretende isentar os donos dos times de um imposto de 75% sobre salários superiores a um milhão de euros por ano. Se a moda pega...
Você sabia que... Lucas, do PSG, ficou fora pela primeira vez de uma lista de Felipão desde que o ‘sargento' voltou à amarelinha desbotada, em janeiro de 2013?
Bola de ouro. Roma. Deita, rola e devora a macarronada. Dez jogos e 10 vitórias. Um recorde no Calcio. A marca anterior (nove triunfos consecutivos no início do campeonato) pertencia à Juventus de 2005/06. A defesa romana tomou apenas um gol em 900 minutos.
Bola de latão. A ordem já partiu do comando da ‘ilha da fantasia do mestre Tattoo': torpedear qualquer possibilidade de uma CPI para investigar o tilintar das moedas nos estádios do Mundial. A Copa é deles, a conta é nossa.
Bola de lixo. Mídia caolha. Já está na hora de fechar as portas para os imbecis que protestam contra clubes e jogadores. Os idiotas só querem aparecer. Há outras maneiras muito mais inteligentes que pichar muro e ameaçar atletas.
Bola sete. "Sempre fui profissional. Sempre tive salário, nunca paguei para competir na Fórmula 1. E nada vai mudar nesse sentido. Não assinarei nem falarei com nenhuma equipe que o primeiro assunto a ser discutido seja patrocínio" (de Felipe Massa, abrindo as portas para a Stock Car).
Dúvida pertinente. Quem Diego Costa mandou ficar calado após marcar o primeiro gol do Atlético de Madrid sobre o Granada?