Capa da "Folha de S. Paulo" de 5 de novembro de 2013. O maior destaque é a foto de Diego Nigro, na qual um menino aparece mergulhado no canal do Arruda, no Recife, em busca de latinhas para reciclagem que, acrescenta o jornal, rendem até R$ 10 após um dia submerso na água imunda.
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Reprodução/Foto Diego Nigro/Jornal do Commercio
O canal do Arruda é, na prática, um valão vizinho ao estádio do Santa Cruz. Região pobre, cercada por casas humildes, por barracos, e que poderia ser revitalizada para que ali tivéssemos um local digno. E a Copa do Mundo seria o agente responsável pela transformação das vidas dessas pessoas. Seria...
O Arruda é um estádio particular, inaugurado em 1972. Em 2009, quando foi anunciada a construção da "Arena Pernambuco", a cerca de 16 quilômetros da capital pernambucana, a região "pedia" socorro. Com o clube em má situação financeira, já envolvido em rebaixamentos, a solução deveria ser outra.
Post publicado neste blog em 8 de junho de 2009 — clique aqui e leia —, quando o blogueiro lá esteve acompanhando a seleção brasileira que lá enfrentou o Paraguai, defendia o Arruda como palco pernambucano da Copa. A sugestão era que o clube cedesse suas instalações a parceiros que investiriam ali. Como fez o Palmeiras.
Reprodução Google Earth
Claro, tal operação não seria simples, mas nem tentaram. Partiram direto para a construção de um estádio no meio do nada.
O dinheiro enterrado na "Arena" de São Lourenço da Mata poderia revitalizar o entorno do Arruda. Seria fantástico ver o futebol como agente transformador daquela pobre região Nada disso aconteceu. O estádio da Copa do Mundo já está funcionando. E ao lado do Arruda o menino mergulha na água fétida em busca da sobrevivência. Que gol contra! E ainda há gente preocupada em usar o Mundial de futebol para mostrar ao mundo uma imagem positiva do Brasil.
Reprodução Google Earth
Reprodução Google Earth