O São Paulo é o time com maior posse de bola no Campeonato Brasileiro, mas ficou com 46% na vitória sobre o Cruzeiro, quando trocou 303 passes, abaixo da média de 398. Foi um jogo mais de marcação e velocidade para agredir. Superou a fase mais difícil do cotejo, contou com a sorte no incrível gol perdido por William e quebrou a invencibildade Celeste no "New" Mineirão. Aliás, que vocação têm os cruzeirenses para serem fregueses dos são-paulinos!
Partida bem jogada pelo São Paulo organizado por Muricy Ramalho, que soube usar as armas que tinha, e algumas curiosidades: o time fez o seu maior jogo em 2013 sem os nomes mais caros e badalados, Rogério Ceni e Luís Fabiano. Com Paulo Henrique Ganso em bom jogo, não ótimo, ainda distante do que se espera de um meia de R$ 25 milhões, mas uma partida bem digna. Aliás, pouco antes do gol que abriu o placar, de Douglas, o camisa 8 quase marcou em cobrança de falta.
Ganso contra o Cruzeiro*
Desarmes certos 2 (2)
Dribles 4 (1,4)
Faltas cometidas 2 (1,4)
Faltas recebidas 7 (2,5)
Cartão amarelo 1 (0,1, 3 no campeonato)
Cartão vermelho 0 (0)
Finalizações 3 (0,6)
Passes certos 27 (37,3)
Passes errados 5 (9,4)
Perdas de bola 4 (4,2)
Cruzamentos 1 (2,0)
Passe para finalização 1 (1,6, 36 no campeonato)
Passe para gol 0 (0,2, 4 no campeoanto)
Gol 0 (0)
Lançamentos 0 (2,4)
Virada de jogo 0 (1)
Dribles 4 (1,4)
Faltas cometidas 2 (1,4)
Faltas recebidas 7 (2,5)
Cartão amarelo 1 (0,1, 3 no campeonato)
Cartão vermelho 0 (0)
Finalizações 3 (0,6)
Passes certos 27 (37,3)
Passes errados 5 (9,4)
Perdas de bola 4 (4,2)
Cruzamentos 1 (2,0)
Passe para finalização 1 (1,6, 36 no campeonato)
Passe para gol 0 (0,2, 4 no campeoanto)
Gol 0 (0)
Lançamentos 0 (2,4)
Virada de jogo 0 (1)
* entre parênteses a média no Brasileiro 2013
Fonte: Footstats
Fonte: Footstats
Ceni não se discute, a meu ver, até porque Dênis já mostrou em outras oportunidades altos e baixos que, a meu ver, não o credenciam sequer para suceder o capitão após sua aposentadoria, esperada para o final da temporada. Mas Luís Fabiano e sua carência de gols em momentos realmente importantes, além das conhecidas ausências por suspensões ou lesões, pode, sim, ser questionado como titular absoluto de um São Paulo que precisa do algo mais de cada um de seus jogadores.
Ganso deu sua colaboração em Belo Horizonte. Contra o Cruzeiro teve uma boa participação jogando entre as duas intermediárias (veja abaixo), conectando os setores do time, mas sem entrar na área, como Muricy defendia ainda nos tempos de Santos. Essa faixa do campo pode e deve ser ocupada por ele, cada vez mais, com maior segurança e liderança técnica para amarrar as partes de um time desequilibrado e com altos e baixos excessivos nas pelejas, o que explica a posição na tabela. Talvez, num time mais estruturado, forte, em 2014, faça mais...
ESPN TruMedia
Nos dez últimos jogos pelo Brasileiro, o Corinthians fez sete pontos em 30 possíveis. Uma vitória, quatro empates (todos sem gols) e cinco derrotas. Apenas três tentos marcados em 900 minutos de futebol, média de um a cada 300 minutos de bola rolando, ou cinco horas de intervalo entre cada tento corintiano. A equipe tem, no período, só uma finalização certa a cada 37,5 minutos.
Na noite de quarta-feira, o Atlético Paranaense, mesmo jogando e São Paulo, agrediu mais, esteve mais perto do gol no 12º empate corintiano na competição, sétimo em 0 a 0. Foram 16 finalizações do Furacão (sete no alvo) contra cinco dos alvinegros (duas certas).
Se o desempenho do time dirigido por Tite não melhorar, ou seja, se fizer novamente apenas sete pontos (ou menos) nas dez próximas rodadas, o campeão da Fifa chegará ao último jogo do campeonato com no maximo 43. Isso provavelmente colocaria o Corinthians na dependência de um triunfo sobre o Náutico, em Pernambuco, para não ser rebaixado.
Sim, o Timbu é o lanterna convicto da Série A, mas quando esteve no Pacaembu, empatou em 0 a 0 com os alvinegros. A questão é o desempenho do time paulista, que sofre de crônica ineficiência ofensiva. São míseros 22 gols em 27 jogos, número superior apenas ao do próprio último colocado — o Náutico tem 18 e se aproxima, pois fez oito nos seus cinco últimos compromissos.
ESPN TruMedia
É uma questão meramente matemática. O Corinthians precisa de gols como um doente que necessita de transfusão de sangue. Se não os marcar, repetindo, ou piorando, o pífio desempenho da última dezena de jogos, vai fazer seu torcedor sofrer no finalzinho do certame. Algo inimaginável há alguns meses, mas absolutamente factível hoje.
Em tempo: os corintianos podem perder mais duas posições na noite desta quinta-feira, para um eventual vencedor do duelo Portuguesa x Goiás e para o Flamengo, caso este derrote o Internacional, no Rio de Janeiro. Se ocorrer, estará em 12º, quatro posições à frente do São Paulo, que se vencer o clássico domingo, ultrapassará o Corinthians na classificação do Brasileiro. Perigo!