domingo, 25 de agosto de 2013

Os novos cardeais

Cícero Pompeu de Toledo era nome tão importante na história do São Paulo quanto Paulo Machado de Carvalho. Os nomes oficiais de Morumbi e Pacaembu dão noção da relevância desses patrimônios da política são-paulina.
Entre os anos 40 e 60, Monsenhor Bastos, Manoel Francisco Paes de Almeida e Laudo Natel foram outros que consolidaram um apelido dado aos que estão no centro das decisões tricolores: cardeais.
Antônio Leme Nunes Galvão, presidente entre 1978 e 1982, e Juvenal Juvêncio, presidente em quatro mandatos, dividiram o posto de personalidade mais influente no Morumbi nos últimos 25 anos.
Desde que Carlos Miguel Aidar indicou Juvenal Juvêncio à sua sucessão em 1988 e indignou Nunes Galvão com a escolha. Galvão perdeu a eleição para Juvenal por um voto, mas fez sua chapa vencer o pleito dois anos depois. Praticamente eleito, abdicou da presidência e indicou José Eduardo Mesquita Pimenta. Entre 1990 e 2000, Galvão elegeu todos os presidentes.
Morreu em 2001 e, em 2002, o grupo de Juvenal Juvêncio voltou ao poder, com Marcelo Portugal Gouvêa na presidência. Há 11 anos, Juvenal aglutina o São Paulo e manda no Conselho Deliberativo.
"Há 99,9% de chance de o novo presidente ser o candidato indicado pelo Juvenal", disse Carlos Miguel Aidar, duas semanas atrás.
A certeza diminuiu com o lançamento da candidatura de Kalil Abdalla, na terça-feira. No dia seguinte ao anúncio, o grupo Vanguarda, do ex-presidente José Augusto Bastos Neto, decidiu liberar seus integrantes para votar como quiserem. Marco Aurélio Cunha enfrentaria resistência. Kalil não enfrentará.
Nos últimos 11 anos, Juvenal foi a grande influência tricolor. Nos 13 anos anteriores, Galvão era a eminência parda. A próxima eleição pode criar novos cardeais.
O PLANO CEM
O Palmeiras entra nesta segunda-feira em seu centésimo ano de história. Começa o novo período com esperança e com pés no chão. Empatar com o Atlético-PR é viável e mantém a tentativa de ganhar a Copa do Brasil para iniciar o centenário com vaga na Libertadores. É muito difícil. Impossível só seria se não houvesse nem sequer o sonho.
Os pés seguem no chão porque a dívida não foi renegociada. O ano de 2014 ainda será de reestruturação. Mas o trabalho tem sido feito de forma consistente, da estruturação das divisões de base, com o dedo de Erasmo Damiani, à administração das vaidades do vestiário pela dupla Omar Feitosa e Brunoro.
No próximo ano, será necessário também ter uma dose de cooperação entre os sócios do novo estádio.


E outra de ambição para voltar a ganhar títulos, mesmo com dinheiro curto. Para voltar a ser imponente, o Palmeiras de hoje sabe o que tem pela frente.