Pegue a súmula de qualquer jogo no Pacaembu. Há anos que não são colocados à venda 40 mil ingressos, embora o estádio comporte tal número de torcedores. São sempre algo em torno de 37 mil bilhetes à disposição do público. 
Mas na decisão da Libertadores de 2011, o Santos não poderia jogar na Vila Belmiro, já que lá já não cabem nem 20 mil. E o regulamento da competição (sabe-se lá porque motivo) há várias temporadas impõe o mínimo de 40 mil lugares para o palco da final.
Como não queria jogar no Morumbi, onde perdeu o título de 2003 para o Boca Juniors de Carlos Tévez, o time praiano levou a peleja para o Pacaembu. As autoridades responsáveis pela segurança emitiram laudo garantindo que o estádio poderia receber o exigido.
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E 40.157 pessoas (37.984 pagantes) viram o Santos bater o Peñarol por 2 a 1, erguendo pela terceira vez o troféu da Libertadores. O mesmo se repetiu na segunda peleja da final do ano passado, Corinthians 2 x 0 Boca, diante de 40.186 (37.959 pagantes).
A situação do Defensores del Chaco é semelhante. O maior estádio do Paraguai já recebeu mais de 50 mil "hinchas" e após reformas teve sua capacidade reduzida para 45 mil. Hoje são colocados à venda 36 mil a 38 mil tíquetes, mas ainda cabe mais gente lá, asseguram os guaranis.
É como no Pacaembu, simples assim. E diante do documento emitido pelos paraguaios assegurando que a cancha de Assunção comporta 40.759 pessoas - clique aqui e leia mais — a decisão não poderia ser outra, dentro da lógica adotada nos dois anos anteriores.
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Não havia motivos para que a em geral confusa e equivocada Conmebol vetasse o estádio do Paraguai. O tratamento foi idêntico ao dado a clubes brasileiros. Desta vez, no que se refere a este tema, não há o que criticar na criticadíssima entidade sul-americana.
O caso do Independência é outro. O local no qual o Atlético vem jogando comporta pouco mais da metade do mínimo exigido pelo regulamento. A diferença é enorme. Vale lembrar que tamanho de estádio não lhe concede mais segurança. Mas é o que está escrito.
Além disso o Galo tem à disposição outro palco na cidade onde está sediado, o Mineirão, para mais de 60 mil atleticanos. O Santos foi da Vila para o Pacaembu e o Atlético vai do Horto para a Pampulha, onde também sempre se sentiu em casa. Não há drama.
Sim, no Independência o time de Cuca mantém longa invencibilidade. Mas isso não é garantia de nada, como mostraram os duelos com Tijuana e Newell's Old Boys, que quase eliminou os alvinegros perdendo por 1 a 0, até levarem o segundo gol, nos acréscimos.
O Mineirão foi a casa do Atlético da segunda metade dos anos 1960 até a interdição para as obras da Copa do Mundo. O time atual está acostumado com o Independência, é verdade, mas a torcida conhece bem aquele lugar no qual já fez grandes festas.
Confirmada a exclusão do Horto desta finalíssima, cabe aos cartolas do Galo conseguirem, se preciso for, autorizações dos atuais responsáveis pelo estádio para que a massa faça sua parte. Com bandeiras, instrumentos, mosaico e o que mais for necessário.
Lotar a "arena" será fácil. E ainda assim a grande maioria vai ficar do lado de fora. Para exercer o mando de campo, é só o atleticano ir ao jogo no Mineirão como quem vai a uma decisão, não a um baile de carnaval. Ainda há muita luta pela frente.
A taça está próxima e, ao mesmo tempo, ainda distante. 
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