segunda-feira, 10 de junho de 2013

Em busca da felicidade*

A felicidade, ou o mais próximo que se puder chegar dela, é busca permanente do homem. Mesmo quando as coisas vão mal, um leve sinal de melhora já anima e, em geral, nos agarramos a ele para retomar o caminho da bem-aventurança. É assim também no futebol. Um time, por exemplo, tropeça na bola, não se acerta, desanda, faz bobagem atrás da outra. Mas basta o menor indício de reação para que o torcedor passe a acreditar que, enfim, tudo vai se endireitar. Às vezes, a corrente positiva dá certo.
O desejo de alegria aumenta ao se tratar de seleção. Se a turma da amarelinha decepciona, a gente xinga, esperneia, jura por Deus que jamais voltará a torcer por um bando de mercenários dirigidos por técnico estulto e a serviço de dirigentes incompetentes. Em geral, isso é da boca pra fora, porque no fundo se deseja que ela engrene.
As análises feitas após o empate por 2 a 2 com a Inglaterra, na semana passada, e a expectativa que se criou para o amistoso de hoje com a França são manifestações de esperança de progresso da equipe nacional. O Brasil esteve perto de perder o encontro no Maracanã e foi salvo por belo gol de Paulinho.
A pontaria do volante do Corinthians teve o poder de conter as críticas prontas a serem despejadas e liberou observações carregadas de confiança. Mesmo com uma apresentação instável e sem brilho, prevaleceu a sensação de que finalmente começava a despontar um conjunto para fazer bonito na Copa das Confederações.
A equipe de Felipão não foi um horror, assim como não foi modelo de eficiência nem teve a harmonia que o treinador enxergou. Deu para o gasto – e daí se abriu a perspectiva de dias melhores. Que podem começar no campo do Grêmio e diante de um rival que tem sido espinha de peixe na garganta na história recente. Ganhar dos franceses dará aval para o grupo de eleitos para a competição e deixará escancaradas comportas de elogios. Podem conferir – quem sabe até neste espaço.
A questão é: como bater a rapaziada de Didier Deschamps, hoje técnico e em 1998 capitão que levantou a copa do mundo após a França nos lascar 3 a 0 na decisão? Ou mais do que isso: como ganhar de um adversário de renome, o que não ocorre desde 2009? Felipão acredita que o segredo esteja na repetição da escalação do primeiro tempo da partida com os ingleses. Naqueles 45 minutos, ele vislumbrou a luz para consolidar uma ideia.
Isso significa apostar nas defesas de Julio Cesar, nas descidas constantes dos laterais (Daniel Alves e Marcelo), na postura de Thiago Silva e David Luiz), na marcação de Luiz Gustavo e Paulinho, no poder de criação de Oscar, nos deslocamentos de Neymar e Hulk e no oportunismo de Fred. E sobretudo na capacidade de impedir que os franceses respirem, se coordenem.
Formação ruim? Não, mesmo porque não há material de qualidade indiscutível dando sopa. Mais do que em 2002, Felipão terá de jogar as fichas na força do conjunto e nos lampejos de algumas estrelas, como Neymar. No mais, seja o que Deus quiser. E que a felicidade seja alcançada.
Pelada na água. Não tem como chamar de futebol o que Sport e Palmeiras praticaram, na tarde de ontem, no Recife. A chuva forte deixou o gramado alagado e expôs jogadores a contusões e ao ridículo. Mais deplorável, porém, é quem confirmou a realização do jogo, transmitido pela televisão. Como desgraça pouca é bobagem, o Palmeiras ainda perdeu em cima da hora, com gol irregular de Nunes. Noves fora o lance polêmico, o time de Gilson Kleina continua horroroso, sem equilíbrio, sem criatividade, sem força para reagir, Não adianta transferir culpa para arbitragem e esquecer que, nessa toada, haverá sofrimento na Série B.
Pato em branco. A ausência da lista de convocados para amistosos e Copa das Confederações parece que ainda mexe com Pato. O rapaz voltou a ter desempenho opaco, agora no empate do Corinthians com a Lusa.