Vou torcer por Felipão para que acorde de bom humor e menos agarrado aos seus velhos conceitos.
Vou torcer por Felipão para que sua equipe faça um bom jogo contra os campeões do mundo e bi da Europa. Sim, pois nada melhor do que um belo espetáculo de futebol no fechamento dessa competição marcada por problemas de vários tipos e origens.
Vou torcer por Felipão, para que ele escale Hernanes no lugar de Hulk, posicionando Oscar à direita e Neymar à esquerda. Juntos, o volante da Lazio e Paulinho — à frente de Luiz Gustavo — poderiam preencher melhor o meio-campo, tornando as coisas mais difíceis para a Espanha, que costuma tomar conta do grande círculo e adjacências. E aí pode "dar jogo".
Vou torcer por Felipão, mas não pela vitória de seu time. Não é esse o papel da imprensa. Torcerei para que ele consiga colocar na cancha um grupo melhor do que esse que temos visto em campo. Seria ótimo para o futebol e quem sabe, para ele mesmo.
Vou torcer por Felipão para que os "canarinhos" marquem melhor e não apelem.
Vou torcer por Felipão e para que ele tenha notado que na quarta-feira, no lance do gol de Cavani, os uruguaios deram 34 toques até David Luiz tentar afastar o perigo com um chutão. Na seqüência, Thiago Silva passou na "fogueira" para Marcelo e o atacante do Napoli empatou. Se o Uruguai foi capaz de tocar a bola por 37 segundos, levando a pelota de uma área até a outra, é evidente que se a Espanha tiver a mesma chance o perigo para time de Scolari será maior.
Vou torcer por Felipão porque espero ver uma seleção cebeefiana que pratique um futebol mais moderno, menos faltoso, mais arrojado, menos previsível. Mais Guardiola, mais Tite, mais Heynckes, mais Cuca, mais "Loco" Bielsa. E menos Felipão. Menos Parreira.
Vou torcer por Felipão para que, mesmo em caso de derrota brasileira, possa tecer elogios ao futebol dos brasileiros. E que uma luz aparece ao final desse jogo.
Vou torcer por Felipão e por um bom jogo dos espanhóis. Por que essa equipe brasileira precisa ser testada. E ganhar da Espanha com os campeões mundiais jogando mal pode ser o mote para mais uma ilusão coletiva. Como nas Copas das Confederações que o Brasil ganhou em 2005 e 2009.
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No começo do jogo contra o Uruguai o time brasileiro apresentou algum progresso na saída de bola, crônico problema nesta Copa das Confederações. Mas o tempo foi passando e os velhos erros apareceram, especialmente com a pelota rifada em lançamentos longos, resultado da falta de opção para um bom passe no meio-campo, pouco criativo, às vezes oco, sem alguém que se apresentasse. Confira, abaixo, alguns dos lances nos quais defensores do Brasil praticamente devolveram a bola aos jogadores do Uruguai. Contra a Espanha, que sempre domina a posse, será uma guerra para recuperar a bola. Devolvê-la assim, gratuitamente, pode ser um problemão. Se quiser ver em vídeo, clique aqui e observe nas reproduções abaixo o relógio marcando o tempo de jogo em cada um dos lances destacados.
Reprodução
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