quarta-feira, 15 de maio de 2013

Entre Kaká e Ronaldinho, Felipão escolheu Neymar. E acertou!


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Felipão durante o anúncio dos convocados para a Copa das Confederações
Felipão durante o anúncio da lista para a Copa das Confederações.
A convocação de Luiz Felipe Scolari para a Copa das Confederações deixa claro que só há espaço na seleção brasileira para uma estrela com liberdade total. Entre Kaká e Ronaldinho, mais experientes e tratados como a grande dúvida da lista, o treinador optou por Neymar. 

Em entrevista ao programa "Roda Viva" em 2005, ainda como técnico da seleção portuguesa, Felipão disse que via no presente e no futuro as equipes e seleções atuando no 4-4-1-1 (Leia a íntegra AQUI). Agora, não deve fugir disso, já que o melhor desempenho brasileiro sob seu comando, no primeiro tempo dos 2 a 2 contra a Itália, foi com este desenho tático.

Duas linhas de quatro. Na defesa, a dúvida deve ser entre David Luiz e Dante. Nas demais posições, a lógica indica Daniel Alves e Marcelo nas laterais e Thiago Silva na zaga, além do veterano Julio César no gol. No meio, Lucas ou Hulk e Oscar pelos lados e Fernando e Hernanes ou Paulinho no centro.

À frente, Neymar ganha liberdade total para se aproximar de Fred e não ser encaixotado à esquerda pelas linhas compactas dos adversários. Toda dinâmica ofensiva deve girar em torno da Joia santista, que sem a bola terá como função cercar o volante mais plantado do oponente. Se cair à esquerda, Oscar centraliza para articular e Marcelo aproveita o corredor.

O mesmo à direita com o meia. Ou mesmo Daniel Alves, que apoia também por dentro. Pelo que Scolari já sugeriu, os volantes, ou ao menos um deles, deve ficar preso para a cobertura dos laterais.

Dentro da proposta de jogo, a ausência de Ramires é mais questionável que a de Kaká e Ronaldinho. O volante do Chelsea poderia atuar por dentro ou aberto na segunda linha de quatro. Kaká também teria como se adaptar em um dos flancos, mas a falta de ritmo de jogo no Real Madrid certamente pesou.

A exclusão de Ronaldinho parece ter caráter essencialmente tático. Com ele, não seria possível fugir de um 4-2-3-1 “torto”, com o craque do Galo centralizado e Neymar espetado, mas restrito ao lado esquerdo. Oscar seria sacrificado á direita mais próximo dos volantes e o time teria três jogadores sem capacidade de marcação.

Ronaldinho, brilhante no Galo, também teve problemas quando encarou oponentes compactos. Diante da Inglaterra na estreia em Wembley, a volta das férias serviu como álibi. Contra o Chile no Mineirão, o camisa dez já brilhava em seu clube e se entregou à marcação na maior parte do tempo.

Neymar também não decide na seleção como no Santos e a fase não é das melhores. O craque, porém, é mais jovem, atacante e goleador. Combina mais com Fred.

Em tese, a escolha tem coerência. Compactar os setores é um dever. Com exceção da ideia de prender volantes para liberar laterais, a proposta é condizente com o futebol atual. Vejamos na prática.

Olho Tático
Uma formação possível da seleção com David Luiz, Paulinho e Lucas, mas não deve fugir das linhas de quatro que dá liberdade a Neymar.
Uma formação possível da seleção com David Luiz, Paulinho e Lucas, mas não deve fugir das linhas de quatro que dá liberdade a Neymar.