quarta-feira, 13 de março de 2013

Reformulação das divisões de base do Palmeiras não indica mudança no profissional

As demissões nas divisões de base do Palmeiras não indicam nenhuma mudança a curto prazo na gestão do futebol profissional. A reformulação foi traçada depois de um período de 40 dias diagnosticando todos os problemas do departamento de futebol amador. O processo foi conduzido por Erasmo Damiani, ex-gerente das divisões de base do Figueirense e que agora assume a gerência da base do Palmeiras.

Entre os problemas apontados, há o fato de 37% dos jogadores no processo de formação terem fatias muito grandes sob controle de empresários. Sobre quatro jogadores, o Palmeiras não tem nem sequer 1% e apenas 30% de participação em mais de um terço dos atletas.

Outro problema antigo é geográfico. O Centro de Treinamento das Divisões de Base fica na rodovia Ayrton Senna, a aproximadamente 30 quilômetros do Palmeiras. O CT não tem alojamento nem refeitório e os jogadores precisam voltar de ônibus à região do clube, na zona oeste de São Paulo, para fazer suas refeições. A ideia é melhorar as instalações ou procurar outro terreno para a construção de outro CT. A curto prazo, a exigência é de um refeitório e de um lugar para repouso.

O plano de ação prevê a criação de um projeto para formação de jogadores, como José Carlos Brunoro sonhava fazer na época em que era diretor de esportes da Parmalat. Naquela época, a diretoria não permitiu que Brunoro interferisse: "O projeto que a Parmalat tinha para as divisões de base do Palmeiras era o mesmo aplicado no Audax", disse Brunoro em janeiro, referindo-se ao clube do grupo Pão de Açúcar, que dirigia até voltar ao Palmeiras, em janeiro passado.

O Audax-RJ disputa a Primeira Divisão do Rio de Janeiro. O Audax-SP é líder da Série A-2 e revelou jogadores como Paulinho, volante do Corinthians, Juninho, lateral-esquerdo do Palmeiras, e Bruno Peres, lateral-direito do Santos. Na campanha do título da Copa do Brasil de 2012, o Palmeiras não tinha nenhum titular formado em casa, mas tinha Juninho na lateral esquerda.

Ontem, após o anúncio da reformulação das divisões de base, houve quem afirmasse que a comissão técnica profissional também corre risco. Não corre.
O processo de estruturação do time profissional não tem nada a ver com as divisões de base. Gílson Kleina é e será o técnico do Palmeiras nos próximos meses, com sua avaliação condicionada aos resultados tanto quanto acontece com Ney Franco, do São Paulo, por exemplo.

Ou seja, a classificação para as fases mata-mata do Paulistão e da Libertadores devem garantir a estabilidade de Kleina. A eventual eliminação na primeira fase do Estadual ou na fase de grupos da Libertadores pode pressioná-lo. O cenário no São Paulo não é muito diferente disso.