sábado, 30 de março de 2013

Bayern de Munique e a hora de coroar o sucesso fora dos gramados



O campeonato alemão está praticamente decidido. Faltando oito rodadas para seu término o Bayern de Munique preciso de apenas cinco pontos para não depender de mais ninguém. Porém, dependendo das combinações de resultada da rodada do próximo final de semana o time de Munique poderá levantar a taça.

O título, aguardado com muito entusiasmos por lá, servirá para consolidar não apenas o futebol do clube, mas também um modelo de gestão e de marketing de primeira qualidade. Quando falamos de marketing ou estratégia é natural lembramos sempre do Braça, do Real ou do ManU. Sem dúvidas excelentes referencias, mas atualmente não citar o time alemão quando analisamos estratégias de sucesso pode ser considerado até um sacrilégio e é fácil entender o motivo.

Ano passado a Deloitte, em seu relatório anual sobre futebol, o clube alemão apareceu como o clube que mais arrecadou com sua área comercial, principalmente através da valorização dos seus contratos de patrocínio. Assim, dos € 321,4 milhões arrecadados pelo clube (gráfico abaixo), € 177,7 estão presos a receitas comerciais ou seja, 55% da receita total.

Deloitte
Receitas do Bayern
Receitas do Bayern
 

Além disso, segundo levantamento dos clubes, o Bayern é o quarto clube do mundo que mais vende uniforme. Perdendo apenas para Real Madrid, Manchester United e Barcelona que, hoje, ainda possuem marcas mais globalizadas e alcançam um público maior.

Um ponto interessante de se discutir a respeito dos patrocinadores do Bayern é o nacionalismo envolvido com o clube. Seus principais patrocinadores são empresas de sangue alemão: Deutsche Telekom (€ 30 milhões/ano até 2013) e a Audi, parceira do clube desde 2002, que atualmente detém 9,09% das ações do clube (tendo pago perto dos US$ 135 milhões). O material esportivo é fornecido pela Adidas (€ 25 milhões/ano até 2020) e, para fechar o quadrado mágico alemão, a companhia área Lufthansa. A empresa renovou este ano, até 2018, uma parceria que já dura nove anos. Assim a Lufthansa é a responsável pelo transporte aéreo da equipe.

Mesmo não sendo uma empresa Alemã merece destaque aqui a Coca-Cola. A empresa renovou em fevereiro deste ano, até 2016, um acordo que já dura 45 anos.

O retorno para estes parceiros parece certo. Basta ver que os patrocinadores são, na verdade, parceiros http://espn.estadao.com.br/post/318943_sponsorship-e-partnership longa data do clube.

Outro fator que continue e justifica estas parcerias é a torcida do Bayern. Levantamento recente mostra que 25% dos alemães torcendo para o principal clube de Munique. No Twitter o clube alemão aparece apenas na 36o colocação entre os clubes do mundo inteiro, mas é o primeiro de seu país. No facebook o Bayern também não faz feio. É, disparado, o clube alemão com mais fãs. São 6 milhões no total contra os 1, 9 milhões do Borussia Dortmund, 134 mil do Bayer Leverkusen e 70 mil do TSV München 1860.

Ajuda no desenvolvimento deste trabalho o profissionalismo da Bundesliga (que este ano completa 50 anos http://espn.estadao.com.br/post/318948_bundesliga-coca-cola-e-um-pouco-de-historia) e que é a segunda liga que mais arrecada com patrocínios masters (€ 119.8 milhões), perdendo apenas para a Premier League (€ 148.7 milhões), mas a frente da Serie A italiana (€ 82.8 milhões) e do tradicional Campeonato Espanhol (€ 78.7 milhões).

Todo esse sucesso (do Bayern e da Bundesliga) é consolidado na audiência do público no estádio. Com média de 93% de ocupação (pouco mais de 45 mil pessoas por jogo) o Campeonato Alemão é o campeonato com melhor média do mundo.

Mesmo tendo surgido bem depois que seus principais rivais (Ingles, Espanhol e Italiano) a Bundesliga é, hoje, um modelo a ser analisado por todos e, não a toa, possue os clubes mais bem preparados para o Fiar Play Financeiro da FIFA.

Está mais do que na hora dos clubes daqui começarem a se espelhar nas histórias de sucesso dos clubes germanos e, quem sabe, introduzir por aqui algumas das boas práticas de lá.