Você não lerá nas primeiras linhas desta nota nenhuma consideração sobre a arbitragem de Sandro Meira Ricci, em Atlético Mineiro 1 x 1 Flamengo. E não lerá porque não foi o árbitro o aspecto mais importante do jogo. O nervosismo do Galo foi.

Começa a partida e o Flamengo é melhor nos primeiros cinco minutos. O Atlético melhor e a partir dos 10 controla as ações de meio-de-campo. Isso acontece mesmo depois do pedido de pênalti sobre Ronaldinho Gaúcho e antes da expulsão de Wellington Silva.

Richarlyson prende quase como terceiro zagueiro, Marcos Rocha ganha liberdade do outro lado para fazer a saída de bola. Mas embola demais pelo meio, não faz jogadas de lateral. Richarlyson, Leonardo Silva e Réver marcam os dois atacantes, Vágner Love e Liédson, Marcos Rocha é marcado -- e marca -- o meia Renato Abreu.

E onde está Marcos Rocha na hora do chute de Renato para o gol de Victor? Está na meia esquerda, campo de defesa, dois passos atrasado em relação ao petardo que entra no canto esquerdo do gol.
O Galo se mantém com domínio do meio-de-campo, mas embola, cria pouco, expõe seu nervosismo.

Volta para o segundo tempo com mudança tática. Como Liédson não está mais em campo, só dois zagueiros presos, Vágner Love e Liédson. Os laterais sobem juntos, o Atlético pressiona com dois zagueiros, uma linha de cinco no meio-de-campo e três atacantes enfiados.

A grosso modo, o 2-4-1-3 tinha Leonardo Silva e Réver; Marcos Rocha, Leandro Donizete, Pierre e Richarlyson; Bernard; Leonardo, Jô e Ronaldinho Gaúcho, este último mais pela esquerda. Bernard jogou bem, Ronaldinho Gaúcho também, o Galo empatou com jogada do camias 11, finalização de Leonardo.

Mas o Atlético seguiu nervoso. Trinta minutos, num dos gols perdidos contra Paulo Victor, a câmera vai em direção a Cuca. A angústia estampada em seu rosto dá noção de já ter percebido que o dia não é do Atlético. Não era.

O ÁRBITRO - Sim, é possível alguém afirmar que o nervosismo tem a ver com a atuação de Sandro Meira Ricci. Em vários momentos, o árbitro ultrapassou a linha da autoridade, caminhou na prepotência. Isso irrita ambos os lados.

Lances polêmicos foram menos importantes do que sua capacidade de irritar nas pequenas decisões. Wellington Silva recebeu cartão amarelo injusto. Poderia receber o cartão quando foi expulso.
O pênalti que Ronaldinho Gaúcho pede, na minha opinião não aconteceu. Ele sente a aproximação de Íbson e solta o corpo. Cai.

Não foi o árbitro quem produziu o empate do Galo, quem levou o Fluminense aos 8 pontos de vantagem. 
Foi o nervosismo do Atlético. Não é de se dizer que a equipe de Cuca jogou mal. Não. Apenas não jogou com a tranquilidade que poderia levar ao gol da vitória.

O FLUMINENSE - Duas vitórias fora de casa contra São Paulo e Palmeiras combinados com um empate do Atlético contra o Coritiba ou Vasco também como visitante e o Flu será campeão no dia 11, contra o Palmeiras. Neste momento, o máximo possível é o adiamento da festa. O cancelamento é absolutamente improvável.