O blog se dá o direito de não comentar a demissão de Mano Menezes, pela decisão que passou bem ao largo de questões técnicas e táticas. Uma manobra claramente política.
Com a escolha do próximo treinador estranhamente transferida para janeiro, o Olho Tático se permite fugir das especulações sem dados concretos, mas imaginar a seleção brasileira, anfitriã da Copa 2014 e sob pressão sem precedentes para conquistar o sexto título mundial, comandada por cada um dos principais candidatos ao cargo. Sem lobby, apenas um exercício considerando as características e preferências de cada técnico.
Contra, a fase descendente na carreira. Desde o quarto lugar com Portugal na Copa 2006 o técnico não emplaca um bom trabalho. A passagem pelo Chelsea foi a maior frustração, mesmo descontando os problemas de relacionamento com as principais lideranças do time. Para piorar, os 28% de aproveitamento em 24 jogos com o Palmeiras no Brasileiro contribuíram, e muito, para o rebaixamento do clube.
A possível versão 2013 do Brasil de Felipão teria Ronaldinho Gaúcho de volta para ser o líder técnico e o homem das bolas paradas, figura imprescindível em seus times - como Arce no Grêmio e no Palmeiras e Marcos Assunção nesta última passagem pelo Alviverde. O camisa dez, que vestiu a 11 há uma década e foi o terceiro “R” do ataque brasileiro, seria o ponto de partida na montagem da equipe.
O sistema de jogo provavelmente não fugiria do 4-2-3-1 quase imutável no Palmeiras ou do invariável 4-3-3 de Portugal. A defesa não teria grandes mudanças em relação à considerada ideal por Mano Menezes. A menos que os três centímetros a mais e a ótima impulsão fizessem a diferença a favor de Dedé na disputa com David Luiz.
No gol, cargo de confiança, a previsão de uma disputa entre Diego Cavalieri, formado no Palmeiras, e Victor, que ganhou notoriedade no Grêmio e fez bom Brasileiro pelo Atlético-MG.
Felipão apostaria no poder de marcação e no entrosamento de Ralf com Paulinho no meio-campo. Ou esperaria Lucas Leiva voltar ao Liverpool, mas sem abrir mão de um volante mais marcador. Oscar seria o meia pelo lado direito mais contido, auxiliando os volantes, formando o 4-2-3-1 “torto” semelhante ao do Palmeiras com João Vítor.
Ronaldinho tomaria o espaço de Kaká entre os titulares exercendo a mesma função que o redimiu no Atlético-MG: meia central do toque cerebral e das cobranças de falta. Neymar voltaria ao lado esquerdo, mais agudo e procurando as diagonais.
Porque Scolari não abre mão do típico centroavante. Jardel no Grêmio, Ozeas no Palmeiras, Fabio Júnior no Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno, Pauleta em Portugal, Drogba no Chelsea e Barcos na volta ao Alviverde. Na seleção, o provável escolhido seria Fred, pelo momento iluminado e por combinar técnica e presença de área.
Com Felipão é mais difícil arriscar previsões, pois o treinador é essencialmente intuitivo. Ele também poderia recorrer à solução tática de 2002: três zagueiros para liberar os laterais. Há dez anos, Lúcio, Roque Júnior e Edmilson formavam o trio, revezando na sobra e com este último alternando como defensor e volante, de acordo com o adversário.
Agora, para Daniel Alves e Marcelo apoiarem livres como Cafu e Roberto Carlos, Dedé se juntaria a Thiago Silva e David Luiz. Os três possuem inteligência tática para se revezar na sobra e o zagueiro do Chelsea, pelo ímpeto ofensivo, seria o elemento que mudaria de função de acordo com o contexto, tomando a vaga de Ralf.
No 3-4-1-2, Oscar recuaria para função semelhante a de Juninho Paulista, depois Kléberson, e Paulinho ficaria mais plantado, marcando e qualificando a saída de bola. Na frente, Neymar se juntaria a Fred, com Ronaldinho na ligação.
Com a escolha do próximo treinador estranhamente transferida para janeiro, o Olho Tático se permite fugir das especulações sem dados concretos, mas imaginar a seleção brasileira, anfitriã da Copa 2014 e sob pressão sem precedentes para conquistar o sexto título mundial, comandada por cada um dos principais candidatos ao cargo. Sem lobby, apenas um exercício considerando as características e preferências de cada técnico.
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A começar pelo grande favorito. Luiz Felipe Scolari tem a seu favor a experiência bem sucedida de 2002 em circunstâncias semelhantes. Assumiu um ano antes, descartou Romário contrariando o apelo popular e formou já na Ásia a “Família Scolari” e o time que alcançou campanha histórica com 100% de aproveitamento e consagrou Ronaldo e Rivaldo. O retrospecto vitorioso em torneios de “mata-mata” e o título da Copa do Brasil com o Palmeiras também pesam. Assim como a popularidade da figura carismática, capital político interessante para os dirigentes.Contra, a fase descendente na carreira. Desde o quarto lugar com Portugal na Copa 2006 o técnico não emplaca um bom trabalho. A passagem pelo Chelsea foi a maior frustração, mesmo descontando os problemas de relacionamento com as principais lideranças do time. Para piorar, os 28% de aproveitamento em 24 jogos com o Palmeiras no Brasileiro contribuíram, e muito, para o rebaixamento do clube.
A possível versão 2013 do Brasil de Felipão teria Ronaldinho Gaúcho de volta para ser o líder técnico e o homem das bolas paradas, figura imprescindível em seus times - como Arce no Grêmio e no Palmeiras e Marcos Assunção nesta última passagem pelo Alviverde. O camisa dez, que vestiu a 11 há uma década e foi o terceiro “R” do ataque brasileiro, seria o ponto de partida na montagem da equipe.
O sistema de jogo provavelmente não fugiria do 4-2-3-1 quase imutável no Palmeiras ou do invariável 4-3-3 de Portugal. A defesa não teria grandes mudanças em relação à considerada ideal por Mano Menezes. A menos que os três centímetros a mais e a ótima impulsão fizessem a diferença a favor de Dedé na disputa com David Luiz.
No gol, cargo de confiança, a previsão de uma disputa entre Diego Cavalieri, formado no Palmeiras, e Victor, que ganhou notoriedade no Grêmio e fez bom Brasileiro pelo Atlético-MG.
Felipão apostaria no poder de marcação e no entrosamento de Ralf com Paulinho no meio-campo. Ou esperaria Lucas Leiva voltar ao Liverpool, mas sem abrir mão de um volante mais marcador. Oscar seria o meia pelo lado direito mais contido, auxiliando os volantes, formando o 4-2-3-1 “torto” semelhante ao do Palmeiras com João Vítor.
Ronaldinho tomaria o espaço de Kaká entre os titulares exercendo a mesma função que o redimiu no Atlético-MG: meia central do toque cerebral e das cobranças de falta. Neymar voltaria ao lado esquerdo, mais agudo e procurando as diagonais.
Porque Scolari não abre mão do típico centroavante. Jardel no Grêmio, Ozeas no Palmeiras, Fabio Júnior no Cruzeiro, Ronaldo Fenômeno, Pauleta em Portugal, Drogba no Chelsea e Barcos na volta ao Alviverde. Na seleção, o provável escolhido seria Fred, pelo momento iluminado e por combinar técnica e presença de área.
Olho Tático
Com Felipão é mais difícil arriscar previsões, pois o treinador é essencialmente intuitivo. Ele também poderia recorrer à solução tática de 2002: três zagueiros para liberar os laterais. Há dez anos, Lúcio, Roque Júnior e Edmilson formavam o trio, revezando na sobra e com este último alternando como defensor e volante, de acordo com o adversário.
Agora, para Daniel Alves e Marcelo apoiarem livres como Cafu e Roberto Carlos, Dedé se juntaria a Thiago Silva e David Luiz. Os três possuem inteligência tática para se revezar na sobra e o zagueiro do Chelsea, pelo ímpeto ofensivo, seria o elemento que mudaria de função de acordo com o contexto, tomando a vaga de Ralf.
No 3-4-1-2, Oscar recuaria para função semelhante a de Juninho Paulista, depois Kléberson, e Paulinho ficaria mais plantado, marcando e qualificando a saída de bola. Na frente, Neymar se juntaria a Fred, com Ronaldinho na ligação.
Olho Tático
Com qualquer escalação ou esquema, um time mais pragmático, pesado e menos moderno que o de Mano. Apostando em solidez defensiva, transição com menos posse de bola, mais vertical, intenso e investindo no talento e nas faltas e escanteios para resolver na frente. Mais Felipão impossível.