terça-feira, 10 de julho de 2012

O segundo capítulo da Guerra do Nariz. Quem mente, quem fala a verdade?

Há um ano e três meses, em 17 de abril, na estreia deste colunista no Estadão, uma coluna com o título A GUERRA DO NARIZ tratava da situação de Paulo Henrique Ganso. O nariz era referência a Pinóquio e, recuperando o texto, você perceberá que nada do que o Grupo Sonda dizia poder acontecer aconteceu de verdade. Nem a Internazionale fez proposta por Paulo Henrique Ganso, nem por Danilo, negociado com o Porto. Nem o Corinthians tinha interesse, nem o fundo de investimento Dis, do grupo Sonda, fez o investimento que muita gente acreditou que faria, para colocar Ganso no Parque São Jorge.

Há uma única diferença entre aquele momento e este: o Santos encheu o saco!
Há também a multa que diminui ano a ano, mas, ainda assim, o investimento necessário ao grupo Sonda para tirar Ganso do Santos e colocá-lo no Internacional é alto demais, em comapração com a quantidade de propostas concretas pelo meia: nenhuma!

Faça as contas.
A multa de Ganso para o mercado internacional é de 50 milhões de euros, embora esse valor possa ser atualizado e diminuído em parte porque do ano passado para cá passou-se um ano.
A multa para o mercado brasileiro é de 24 milhões de euros. O Sonda tem 55%, o Santos 45%. O Santos sempre disse que para tirar um de seus jogadores do clube será necessário pagar os 100% do valor da multa, como manda a lei -- o clube é quem divide com os proprietários dos direitos econômicos.

Imagine que o Santos, de paciência esgotada, abra mão dos 100% e aceite apenas os 45% que lhe cabem. Ainda assim, o Sonda teria de pagar 10,8 milhões de euros. Que o Santos diminua o valor, que o Sonda pague 8 milhões de euros.
Esse investimento só faz sentido se o grupo tiver segurança de que venderá Paulo Henrique Ganso no próximo ano por, no mínimo, 10 milhões de euros. Que tenha 20% de lucro.

Caso contrário, é rasgar dinheiro.
De um ano para cá, falou-se em Internazionale, Paris Saint-Germain, Milan, Porto, agora se fala sobre a Rússia e ninguém, nunca, em nenhum momento, chegou com documento formal para tirar Ganso do Santos. Daí a frase mais sóbria do caso, até agora, caber ao diretor executivo do grupo Sonda, Roberto Moreno. Foi publicada na Folha de S. Paulo desta segunda-feira: "Não existe proposta pelo Ganso. Acho difícil ele ir para o Inter. Vejo dois problemas para o negócio: remuneração mensal e custo para tirá-lo do Santos."

Como no ano passado, a chance de tudo o que se fala sobre transferência de Paulo Henrique Ganso ser blefe é imensa.