quarta-feira, 18 de julho de 2012

Ervilhas na turbulência

em algum lugar da América do Sul)

Acho que foi a primeira vez a servirem ervilhas num vôo. Pelo menos pra mim. Foi a turbulência de número 4563. Não que eu queira parecer esnobe por já não me lembrar de quantas vezes estive num avião. É que, de fato, nunca umas sacoleijadas pra lá ou pra cá me intimidaram.

Reprodução
Pra lá e pra cá
Pra lá e pra cá

Adotei um procedimento confortante- por pior que seja, tento acreditar que, se estou vivenciado aquilo, se estou me lembrando, é porque de fato não morri. E não vou morrer.
Não desse jeito.
Voltando às ervilhas magras. Deslocamento Bogotá-Guayaquil **nota do blogueiro: não existem vôos diretos do Brasil para o Equador. Chegar lá é como ir a Europa. Perde-se o dia.
E as ervilhas? Bom elas continuam verdes. Dançando de um lado pro outro do prato. As vezes esbarram no lomo, a versão sul-americana do beef. E por que raios eu comecei a escrever isso mesmo?
Ah, para refletir o quanto gosto de viagens. Desde pequeno. Minha diversão quando criança era sair de bicicleta nas ruas de areia da minha Praia Grande fingindo que dirigia um ônibus. Até paradas eu fazia. Não muitas, pois eu era chofer daqueles intermunicipais.
O que você vai ser quando crescer? Motorista de ônibus, claro.
Cresci. O adulto não é bem um condutor de ônibus, mas sim de outras coisas.
Conduzo, e às vezes sinto saudades dos tempos de caixero viajante que meus pais me deram.
Vai descer neste ponto, ou no próximo?