terça-feira, 8 de maio de 2012

Três palavras de um flamenguista de mentirinha

1 - Os campeonatos estaduais vão chegando ao fim de baixo de mais críticas do que merecem. O Carioca e o Paulista, principalmente, têm sido apedrejados de todos os lados: cartolas que os responsabilizando por seus cofres vazios, jornalistas reivindicando melhor matéria-prima para seus comentários, torcedores que simplesmente não vão aos estádios (pouco mais de 40 mil foram ao Morumbi, menos ainda ao Engenhão, na abertura das respectivas decisões). Todo mundo bate na mesma tecla: os estaduais já eram.

É inevitável reconhecer que as formas de disputa não são boas. E que há participantes de mais para futebol de menos. O calendário, é verdade, reservando menos de três meses para os estaduais, obriga os principais times a se desdobrarem para cumprir suas obrigações com a Libertadores ou a Copa Brasil. Críticas, portanto, justas. O que os estaduais não merecem é ver essas críticas volta e meia confundidas com sugestão para que deixem de existir. Revisá-los, atualizá-los, fazer força para que voltem a ser o que já foram, é boa pedida. Acabar com eles, não. São tradições que merecem se perpetuar.

2 - Técnicos estrangeiros na seleção brasileira? Mais cuidado, minha gente. Essa nossa mania de querer importar ideias e cabeças já custou caro ao futebol brasileiro. Em 1974, Claudio Coutinho voltou tão empolgado com o futebol da Holanda que tentou implantar aqui o “ponto futuro”, o “overlaping”, o “espaço vazio” e outras bobagens do tipo.

Ele acreditava mais nisso do que no talento de Zico, Reinaldo, Júnior, Marinho Chagas, Paulo César, Falcão. O máximo que conseguiu foi uma seleção brasileiro disforme, sem estilo, a tal “campeã moral de 1978”. Homem inteligente, Coutinho mudaria seus conceitos para, apostando no craque, fazer belo trabalho no Flamengo. Que tal tentarmos resolver nossos problemas à moda brasileira?

3 - Por falar em Flamengo, aos simpáticos (ou nada simpáticos) leitores que me escreveram a propósito da coluna “Merecer ou não merecer não é bem a questão” (17 de abril), esclareço que não sou, nunca fui e, claro, jamais serei torcedor do Flamengo. O que não impede de lamentar que um time brasileiro tenha saído tão cedo da Libertadores.

Torço, sim, para que Corinthians, Internacional, Fluminense, Santos e Vasco, sempre citados por ordem alfabética, cheguem o mais longe possível e que um deles saia campeão. É bom para a Libertadores, é ótimo para o futebol brasileiro. Se tantos leitores não me entenderam, a culpa não é deles.