terça-feira, 8 de maio de 2012

Perder de 3 e ganhar elogios do rival? Melhor jogar na retranca

O Guarani jogou limpo, fez menos faltas do que o Santos (19 a 25), finalizou bem (nove vezes contra 14 dos santistas) e tentou sair para o jogo de forma corajosa até. Resultado disso tudo? Derrota por 3 a 0 e elogios do técnico adversário. Muricy Ramalho dedicou palavras positivas ao time campineiro, que não deu pontapé, blá, blá, blá. Ok, jogar sem distribuir pancada é algo digno correto e elogiável.

Mas levar um gol de contra-golpe era algo a ser evitado. Perdendo por 1 a 0 e com muito tempo de jogo pela frente, mais toda a partida do domingo que vem, qual o motivo para correr riscos sendo reconhecidamente inferior? O Guarani deveria ter se fechado, armado uma forte e consistente retranca. Poderia pelo menos tentar transferir o problema para o Santos, óbvio favorito da tarde.

Santistas comemoram no gramado do Morumbi na fácil vitória
Santistas comemoram no gramado
Com 0 a 0, um time fechadinho seria o ideal. Perdendo por um gol também. Reduzir as chances de finalização do Santos, os espaços de Neymar e Paulo Henrique Ganso, dificultar ao máximo o time que é bem superior... Essa deveria ser a missão bugrina. Dessa maneira, as possibilidades de sobreviver até a segunda partida decisiva ainda poderiam existir.

Do jeito que jogou, o Guarani ganhou elogios de Muricy, da imprensa, mas deu adeus ao sonho do título. Valeu a pena? Não! O mesmo raciocínio se encaixa no Botafogo depois que, com um homem a menos, se viu em desvantagem no placar. Poderia trancar a defesa, mas seguiu exposto. A ponto de os zagueiros saírem da área em "botes" equivocados que resultaram nos 4 a 1 impostos pelo Fluminense, com direito a gols com atacante entrando cara a cara com o goleiro Jéferson.


Jogadores do Fluminense festejam na goleada do Engenhão
Jogadores do Fluminense festejam

Qual a vergonha da retranca? Jogar defensivamente diante de um time superior ou dentro de determinadas circunstâncias, em meio a emergências, é tão digno quanto sair para o ataque. E uma demonstração de humildade, de inteligência também. O Chelsea fez isso e eliminou o Barcelona na Uefa Champions League. O Guarani nem tentou. O Botafogo, quando se viu em situação delicada no clássico, poderia tentar. Fluminense e Santos agradecem.

Sinceramente, se eu fosse treinador, odiaria receber elogios do técnico adversário após levar uma escovada dessas. Quem chega a uma decisão não pode fazer papel de "sparring".