técnico da Seleção Brasileira falava, desde o final do ano passado, que um seminário para discutir o futebol brasileiro estava sendo organizado e aconteceria nos primeiros meses de 2012. Discretamente, e por incrível que pareça, sem destaque nos jornais, o primeiro passo aconteceu semana passada na Granja Comary, em Teresópolis.
A comissão técnica da seleção brasileira, com Mano Menezes na abertura e o técnico da seleção sub-20, Ney Franco, durante três dias, reuniu-se com os 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro para discutir a formação do jogador de futebol no Brasil.
Dos 40 clubes, só Atlético Goianiense, Ipatinga e ABC não compareceram.
Abaixo, o técnico da Seleção Brasileira Sub-20, Ney Franco, fala sobre o que aconteceu semana passada:
PVC - O que houve na Granja Comary é o Congresso que vocês pretendiam organizar?
NEY FRANCO - Exatamente e digamos que tenha sido um primeiro passo. Mas foi muito bom. Convidamos todos os clubes das Séries A e B e apenas três não vieram. Houve conversas sobre a formação do jogador brasileiro dentro da nossa escola e também ouvimos reinvindicações dos clubes, como resolver questões ligadas a falsificações de documentos e sobre um calendário anual para as divisões de base.
PVC - Discutiu-se, por exemplo, as razões pelas quais jogadores mais velhos serem utilizados em times de base em detrimento de outros mais jovens e mais frágeis fisicamente? Os nascidos em dezembro.
NEY FRANCO - Isso também. Discutimos metodologia e a ideia é criar um material teórico para novas discussões. Material teórico sobre a escola brasileira de jogar futebol.
PVC - Quando se fala em escola brasileira, sabe-se que o estilo do Rio Grande do Sul é diferente de São Paulo, que é diferente do Rio, de Minas, da Bahia. A ideia é uniformizar isso?
NEY FRANCO - Não é criar amarras. Veja, quando falamos sobre formação de jogadores brasieliros, uma de nossas primeiras conclusões é que é preciso definitivamente tirar o terceiro zagueiro. No Brasil, jogamos com linha de quatro atrás e é preciso criar o jogador de maneira a saber atuar nesse sistema.
Do meio-de-campo para a frente, tem de haver liberdade para todos os times formarem seus jogadores. Não importa tanto se um time brasileiro pode ter dois meias, com um quadrado, um losango no meio-de-campo ou três meias atrás de um atacante. Ou ainda jogar no 4-3-3. Mas abolir os três zagueiros na formação é muito importante.
PVC - Quando você fala acabar com o terceiro zagueiro, você diz na formação. Não quer dizer que um time não possa jogar no Brasil com três beques, certo?
NEY FRANCO - Na formação é importante. Porque com três zagueiros, você não forma o lateral que saiba compor a linha de quatro homens atrás, nem o meia. Então, nas divisões de base, é preciso uniformizar de maneira a que os times saibam formar dentro da nossa escola.
Veja, o Brasil sempre jogou assim. Pego como exemplo duas seleções que jogaram dentro do que é o estilo brasileiro. Seleções diferentes, como a de 1970 e a de 1994, que tinham toque de bola.
Ou também a seleção de 1982, caso que conheço ainda mais de perto.
PVC - O Congresso da semana passada vai produzir o quê? Há novas reuniões agendadas?
NEY FRANCO - Nós já marcamos um novo encontro para o dia 8 de maio. Nesse, não haverá os 40 clubes, mas quatro representantes que escolhemos dentro do seminário da semana passada. A ideia é atender às primeiras reivindicações que apareceram no seminário. O Peru está promovendo uma Libertadores sub-20 e quer um representante brasileiro. Não temos como escolher hoje um representante do Brasil, porque não há um Campeonato Brasileiro Sub-20, sub-15, sub-17...
Discutimos muito os limites de idade em competições como Copa BH ou Copa São Paulo, competições que provocam cobrança por promover jogadores para o time de cima. Só que esses jogadores hoje têm 18 anos, não é como cinco, dez anos atrás quando disputavam os sub-20 que, fisicamente, estavam mais prontos para subir. Com 18 anos, só mesmo o fora de série.
Dia 8 de maio haverá esse novo encontro. Semana passada foi o primeiro passo.
A comissão técnica da seleção brasileira, com Mano Menezes na abertura e o técnico da seleção sub-20, Ney Franco, durante três dias, reuniu-se com os 40 clubes das Séries A e B do Campeonato Brasileiro para discutir a formação do jogador de futebol no Brasil.
Dos 40 clubes, só Atlético Goianiense, Ipatinga e ABC não compareceram.
Abaixo, o técnico da Seleção Brasileira Sub-20, Ney Franco, fala sobre o que aconteceu semana passada:
PVC - O que houve na Granja Comary é o Congresso que vocês pretendiam organizar?
NEY FRANCO - Exatamente e digamos que tenha sido um primeiro passo. Mas foi muito bom. Convidamos todos os clubes das Séries A e B e apenas três não vieram. Houve conversas sobre a formação do jogador brasileiro dentro da nossa escola e também ouvimos reinvindicações dos clubes, como resolver questões ligadas a falsificações de documentos e sobre um calendário anual para as divisões de base.
PVC - Discutiu-se, por exemplo, as razões pelas quais jogadores mais velhos serem utilizados em times de base em detrimento de outros mais jovens e mais frágeis fisicamente? Os nascidos em dezembro.
NEY FRANCO - Isso também. Discutimos metodologia e a ideia é criar um material teórico para novas discussões. Material teórico sobre a escola brasileira de jogar futebol.
PVC - Quando se fala em escola brasileira, sabe-se que o estilo do Rio Grande do Sul é diferente de São Paulo, que é diferente do Rio, de Minas, da Bahia. A ideia é uniformizar isso?
NEY FRANCO - Não é criar amarras. Veja, quando falamos sobre formação de jogadores brasieliros, uma de nossas primeiras conclusões é que é preciso definitivamente tirar o terceiro zagueiro. No Brasil, jogamos com linha de quatro atrás e é preciso criar o jogador de maneira a saber atuar nesse sistema.
Do meio-de-campo para a frente, tem de haver liberdade para todos os times formarem seus jogadores. Não importa tanto se um time brasileiro pode ter dois meias, com um quadrado, um losango no meio-de-campo ou três meias atrás de um atacante. Ou ainda jogar no 4-3-3. Mas abolir os três zagueiros na formação é muito importante.
PVC - Quando você fala acabar com o terceiro zagueiro, você diz na formação. Não quer dizer que um time não possa jogar no Brasil com três beques, certo?
NEY FRANCO - Na formação é importante. Porque com três zagueiros, você não forma o lateral que saiba compor a linha de quatro homens atrás, nem o meia. Então, nas divisões de base, é preciso uniformizar de maneira a que os times saibam formar dentro da nossa escola.
Veja, o Brasil sempre jogou assim. Pego como exemplo duas seleções que jogaram dentro do que é o estilo brasileiro. Seleções diferentes, como a de 1970 e a de 1994, que tinham toque de bola.
Ou também a seleção de 1982, caso que conheço ainda mais de perto.
PVC - O Congresso da semana passada vai produzir o quê? Há novas reuniões agendadas?
NEY FRANCO - Nós já marcamos um novo encontro para o dia 8 de maio. Nesse, não haverá os 40 clubes, mas quatro representantes que escolhemos dentro do seminário da semana passada. A ideia é atender às primeiras reivindicações que apareceram no seminário. O Peru está promovendo uma Libertadores sub-20 e quer um representante brasileiro. Não temos como escolher hoje um representante do Brasil, porque não há um Campeonato Brasileiro Sub-20, sub-15, sub-17...
Discutimos muito os limites de idade em competições como Copa BH ou Copa São Paulo, competições que provocam cobrança por promover jogadores para o time de cima. Só que esses jogadores hoje têm 18 anos, não é como cinco, dez anos atrás quando disputavam os sub-20 que, fisicamente, estavam mais prontos para subir. Com 18 anos, só mesmo o fora de série.
Dia 8 de maio haverá esse novo encontro. Semana passada foi o primeiro passo.
