quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Pato não barbariza

Berlusconi já declarou que foi ele, e não sua filha, quem definiu a permanência de Pato no Milan. Julgou a venda ao Paris Saint-Germain, para comprar Tévez, um negócio sem sentido: "Decidi porque julgo Pato um jogador de enorme talento'', escreveu. Contra a Inter, ontem, Pato foi escalado desde o início e deu poucas respostas favoráveis à decisão do sogro e patrão. Aos 23 minutos, uma tabela com Ibrahimovic, um drible em Lúcio e um cruzamento inócuo. Aos 43, um passe para Van Bommel chutar na trave.

A comparação entre Pato e Tevez é cruel. Ambos são menos do que deveriam ser no futebol europeu. Ambos pela falta de compromisso, mas em situações diferentes. Tevez tem a raça de um leão, quando está em campo. Fora, nenhum comprometimento com seu clube, como indicaram suas saídas do Corinthians, do West Ham, Manchester United e agora do Manchester City.

Pato diz que o Milan é sua casa. Em campo, desaparece. É capaz de lances geniais, como o gol marcado contra o Barcelona, no Camp Nou, na inauguração da Champions League. Mas sua expressão, esteja empatando, goleando ou perdendo, é exatamente a mesma, a de quem não tem nada a ver com isso.
Não é por outro motivo que Mano Menezes elegeu-o o centroavante ideal e mudou de ideia com o aparecimento de Leandro Damião, muito inferior tecnicamente. Alguém dirá que na seleção ele é centroavante, no Milan segundo atacante. É parte do problema. Pato rende mais como atua na Itália, mais livre, sem um centroavante fixo e como parceiro de Ibrahimovic, mexendo-se pelo ataque. Mas a raiz do problema, para voltar a ser protagonista, é outra para o menino de Pato Branco: fazer da bola seu brinquedo mais querido. Quando era assim, Pato barbarizava.