quinta-feira, 1 de setembro de 2011

"Pacotões" de Arsenal e Roma: desespero no fim do mercado

O Arsenal vendeu Fàbregas e Nasri, passou sufoco para eliminar a Udinese e levou 8 a 2 do Manchester United.

A Roma, com novo dono, foi eliminada da Liga Europa por um time inexpressivo e ainda viu seu técnico novo e inexperiente entrar em atrito com os torcedores ao substituir o capitão e símbolo do clube, Francesco Totti.

Não é surpresa que os dois clubes tenham sido os protagonistas do último dia no mercado de transferências. Era necessário dar uma chacoalhada nos elencos para que a temporada não fique seriamente comprometida. Mas fica a dúvida: foi suficiente?

No Arsenal, o alemão Mertesacker chega para formar a dupla de zaga com Vermaelen. Deve preencher satisfatoriamente uma das lacunas do elenco.

E André Santos? Como lateral-esquerdo, tem deficiências defensivas que não costumam ser perdoadas na Premier League, como lembrou o colega Mauro Cezar Pereira em seu blog. Pode suar para ganhar a vaga de Gibbs.

Arteta e Benayoun, obviamente, não são Fàbregas e Nasri. O espanhol de 29 anos, volante transformado em meia ofensivo por David Moyes, é um jogador criativo, mas faz poucos gols e parece já ter superado seu auge. Benayoun também não tem ares de jogador decisivo - e ainda tem histórico recente de lesão grave, tendo ficado fora de boa parte da temporada 2010/11 no Chelsea.

Em resumo: o time que terminou em quarto lugar na última temporada se enfraqueceu, e hoje não pode ser considerado favorito a um posto na Champions League. É indiscutível que Manchester United e Manchester City estejam bem à frente, mas Chelsea e Liverpool também são nitidamente superiores aos Gunners, hoje.

Szczesny; Sagna, Vermaelen, Mertesacker, André Santos; Song, Wilshere; Walcott, Arteta, Gervinho; Van Persie. Dá para esperar muita coisa?

Na Itália... - A Roma, de uma tacada só, confirmou Pjanic (Lyon), Gago (Real Madrid), Kjaer (Wolfsburg) e Borini (Parma). O elenco foi bastante modificado em relação ao da última temporada, e a dúvida principal não diz respeito à qualidade dos jogadores, e sim à capacidade de sucesso do projeto de Luis Enrique.

O ex-jogador teve um bom trabalho no Barcelona B, onde a prioridade não é o resultado, mas a formação de jogadores. Algumas escolhas do técnico no confronto com o Slovan Bratislava causaram surpresa e insatisfação. O princípio de crise foi acalmado pelo novo proprietário, Thomas DiBenedetto, que declarou total apoio ao treinador. Mas a cultura do resultado pode falar mais alto caso as coisas não se acertem logo de cara.

A julgar pela intenção de repetir o tradicional 4-3-3 catalão, pode-se projetar o time com Stekelenburg; Cassetti, Juan, Kjaer (Burdisso), José Ángel; Gago, De Rossi, Pjanic; Bojan, Totti, Osvaldo (Lamela). Pensar em título, em um momento de reformulação de filosofia, soa utópico. O jeito é pensar na Champions - lembrando que agora a Serie A só dá três vagas.

E você, o que imagina que os desesperados Arsenal e Roma podem fazer na temporada?