segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Árbitro erra, gera revolta da torcida e desperta PM despreparada

O Atlético Paranaense vencia o Fluminense por 1 a 0 na Arena da Baixada, quando o árbitro Wagner Reway marcou pênalti de Manoel em Lanzini, aos 46 minutos da etapa final. Segundos antes, o argentino havia se atirado na área. Uma nova tentativa instantes depois bastou para que conseguisse seu claro objetivo, cavar uma penalidade máxima para salvar seu time da derrota.

Algo que se repete com apavorante frequência no futebol brasileiro. Reflexo evidente das péssimas arbgitragens, da moda do cai-cai apoiado por setores da mídia e do corporativismo daqueles que apitavam e agora "analisam" a atuação dos colegas. E entre os modismos há o do politicamente correto, que condena o torcedor que não se comporta no estádio como se fosse beata na missa.

A revolta dos atleticanos foi mais do que compreensível. O time luta contra o rebaixamento e os três pontos eram de enorme importância. Dois deles foram retirados da conta do Furacão após a terrível intervenção do apito no andamento da partida com a equivocadíssima marcação do pênalti. Foi daqueles resultados difíceis de engolir, ainda mais nas circunstâncias.

Exigir que aquelas pessoas apaixonadas pelo seu time enfiem o rabo entre as pernas e voltem para casa sem qualquer manifestação é pedir demais. Torcedor não tem o direito de bater em ninguém, de invadir treinos, de depredar o clube, o estádio, mas ainda pode protestar, seja contra dirigentes, jogadores, técnicos, adversários e arbitragem, ora. Cabe a quem faz a segurança impedir excessos.

Mas não é assim que costuma agir a polícia. Já disse e escrevi antes que acho a presença de policiais fazendo a segurança dentro dos estádios muito questionável. Se o espetáculo e privado, lá dentro a segurança também deveria ser particular, como nos shows que acontecem nos mesmos locais das pelejas. Mas a partir do momento que a PM se dispõe a fazer tal trabalho, que o faça direito.

Torcedor com raiva do juiz, na maioria dos casos, não vai além dos palavrões, do desabafo revoltado e, no caso de sábado, a meu ver com inteira razão. Os que fazem a segurança estão ali para não permitir que passem dos limites e prender quem for além atirando algo, tentando agredir ou mesmo atacando alguém. E o cidadão que paga ingresso não é bandido, até que se prove o contrário.

A polícia se posicionou no campo de jogo, voltada para a arquibancada. Do outro lado da grade os atleticanos xingavam a arbitragem. Impossível entender a postura de policiais que exibiram armas pesadas para a torcida, provocando correria em meio às cadeiras. Qual a necessidade daquilo? Por que mandar as pessoas embora aos empurrões? Com quem eles acham que estão lidando?

A televisão exibiu tudo. Um show de excessos, demonstrações de força desproporcional, desnecessária, como se torcedores fossem bandidos num motim, presos numa rebelião, elementos de alta periculosidade. Isso quando na verdade eram apenas rubro-negros querendo mostrar sua revolta ao responsável por começar tudo aquilo. Cenas muito piores do que os palavrões dirigidos ao árbitro.

E em meio às imagens da TV, uma cena que praticamente encerrou o pífio espetáculo militar. Dois policiais olham em tom desafiador para torcedores. A câmera está fechada neles, E daí? Isso não os inibe, nem impede um deles de disparar palavrões. Olham para quem está na arquibancada em postura que vai além da arrogância. Me senti vendo um daqueles filmes da Segunda Guerra.

O futebol não precisa disso, não precisa dessa gente que apita mal e muito menos dos que são valentes diante de torcedores que só querem desabafar após um erro que estragou o fim de semana deles. Por favor, guardem toda essa valentia para os marginais. Torcedor de futebol é apenas o cara mais importante desse negócio todo. Os bandidos são outros.

PS: se você acha que foi pênalti, que o árbitro acertou, ok. Mas entenda que isso é o menos importante e não é a discussão que o post acima propõe. O debate aqui é outro, interessa a todas a torcidas, a todos que vão aos estádios. Basta ler e entender, não é tão difícil. 

Policial com a arma e a distância entre torcedores e campo: o que eles poderiam fazer
Policial com a arma e a distância entre torcedores e campo: tensão

Policial exibe a arma para a torcida e provoca perigosa correria em meio às cadeiras
Detalhe do policial que exibe a arma e provoca correria em meio às cadeiras

A correria dos torcedores ao serem colocados para fora pelos policiais: perigo
Correria dos torcedores ao serem colocados para fora pelos policiais: perigo

Policiais empurram um torcedor: não basta dizer ao cidadão algo como
Policiais empurram um torcedor: não basta dizer ao cidadão "Vambora"?


Policial grita em tom agressivo com torcedores: olhares ameaçadores e intimidação
PM grita em tom agressivo com torcida: olhares ameaçadores e intimidação