Fabi e Camila Brait participam de treino da seleção feminina de vôlei em Nagoya
Mineira de Frutal, cidadezinha de 50 mil habitantes na divisa de São Paulo, Camila foi convocada graças à mudança de regra imposta pela Federação Internacional de Vôlei (FIVB), de que as equipes podem inscrever duas líberos no Mundial.
Com isso, a comissão técnica resolveu chamar para a reserva de Fabi alguém que possa substituí-la no futuro, mesmo que a possibilidade de entrar em quadra agora seja pequena. E, pelo que tem apresentado nos últimos anos com a camisa do Sollys/Osasco, Camila Brait é a aposta mais certeira.
“A Camila ajuda muito porque é a ‘regra três’ da Fabi. Ela tem muita qualidade, é uma das melhores líberos do mundo. É muito rápida de reflexos, chega com facilidade em bolas que estouram. É uma jogadora que defende muito bem e tem um bom passe”, elogia o técnico da seleção, José Roberto Guimarães.
Nos treinos, Camila, de 22 anos, está enturmada. Ela brinca bastante com as outras jogadoras, especialmente a ponteira Natália, com quem divide o quarto, e a líbero Fabi. A atleta admite que quando chegou à seleção, no ano passado, via a companheira de posição como um certo distanciamento.
“Sempre vi a Fabi como um ídolo. Agora a nossa relação ficou mais próxima porque ficamos mais amigas, tenho mais intimidade com ela”, disse Camila Brait, que durante os treinamentos sempre fica no time adversário de Fabi.
Para a titular, oito anos mais velha que Camila, a hora é de passar um pouquinho de experiência para a novata. E aproveitar esse contato com um sangue novo na seleção para evoluir.
“Estou sempre enchendo o saco dela, brincando, dando os toques que eu acho que posso dar e tentando aprender alguma coisa também. Ela é desencanada, está sempre com um espírito bacana. É importante essa troca. O que eu puder fazer para passar alguma coisa que acrescente na carreira dela hoje e para o futuro eu vou fazer”, promete Fabi.
E o futuro de Camila Brait pode ser bem próximo. Em 2011, o técnico José Roberto Guimarães pretende montar uma equipe B para jogar alguns campeonatos. A líbero é nome certo no time. E aguarda ansiosa a sua vez.
“Líbero é mais ou menos como o goleiro no futebol. A pessoa joga ou não joga, não tem como ficar duas meninas na quadra. Mas sempre me dei bem com isso”, disse Camila, que sentiu o gostinho de entrar em quadra no Mundial ao disputar alguns pontos contra o Quênia na estreia do Brasil.