terça-feira, 19 de janeiro de 2016

MP quer abolir ingresso de papel para organizadas já no Estadual

Torcidas organizadas não terão acesso a ingressos físicos, os de papel, já no Paulista desse ano. É o que pretendem Ministério Público e Federação Paulista de Futebol. A substituição por ingressos virtuais foi tratada em reunião na sede da FPF nesta segunda-feira, por ocasião da briga entre uma organizada do São Paulo e a Polícia Militar em jogo da Copinha, em Mogi das Cruzes.
"O objetivo é conseguir identificar para quem são destinados os ingressos e facilitar a identificação dos envolvidos em casos como esse. O ingresso online tem de ter o nome e o documento de quem adquire. Isso já ocorre com o Sócio Torcedor", explicou o promotor Paulo Castilho, que integra o Juizado Especial Criminal e a Delegacia do Torcedor. 
O banco de dados de dois clubes já estão mais adiantados, o do Corinthians e do Palmeiras, segundo o MP. Mas o promotor quer que pelo menos os quatro grandes de São Paulo, mais a Ponte Preta, tenham o sistema ainda no estadual que começa no fim do mês.
"Temos uma reunião nesta semana para tratar dos detalhes desse controle e espero ter este banco de dados pronto ainda no Paulista", disse, na presença da imprensa e questionando o posicionamento da Secretaria de Segurança Pública em relação ao caso.
Relação do SP com organizadas
Após reunião nesta segunda-feira, ficou decidido que a torcida são paulina envolvida na briga em Mogi das Cruzes não vai poder entrar no estádio com instrumentos musicais, faixas ou bandeiras, na partida contra o Flamengo, nesta quarta-feira, na Arena Barueri.
O assunto foi discutido em reunião entre o MP e a FPF na manhã de terça-feira. O presidente do São Paulo, Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, entrou em contato com a Federação no começo da manhã, se colocando a disposição para tratar do assunto ao longo do dia.
Comportamento, até agora, bem diferente do ex-mandatário Carlos Miguel Aidar em relação às organizadas. Há quase um ano, uma conversa presenciada por repórteres no CT do clube entre o dirigente e representantes de torcida deixou clara a relação do clube com a principal organizada do time.
"Negão, vamos dar os ônibus pra vocês. Assim que tiver os ônibus vocês me dão os custos. São 50 ônibus, tá bom?"
Assista novamente aqui a conversa de Aidar e o relato do repórter Eduardo Affonso, à época.