GETTY

Partizan sofreu o gol da eliminação na Liga Europa aos 44 minutos do segundo tempo
A cena do Capitão Nascimento gritando para seus recrutas pedirem para sair do rigoroso treinamento se tornou cena clássica do cinema brasileiro. Na Sérvia, com outras palavras, foi o que torcedores do Partizan Belgrado gritaram para a diretoria do clube após a dramática eliminação na Liga Europa para o Augsburg.
Os protestos não são novidade, mas o atendimento aos pedidos da torcida sim: toda diretoria da equipe sérvia renunciou.
Partizans foram os combatentes iugoslavos que lutaram contra o exército nazista durante a II Guerra Mundial. Depois do término dos combates, em 4 de outubro de 1945, o clube poliesportivo Partizan Belgrado foi fundado em homenagem e presidido pelo recém-criado exército popular da Iugoslávia.
Sete meses antes, também na capital, surgiu o Crvena Zvezda (Estrela Vermelha), que dividiria o monopólio do futebol do país e protagonizaria uma das maiores rivalidades mundiais - posteriormente, nos anos 1990, as duas torcidas tiveram papéis importantes nos sangrentos conflitos dos Balcãs.
Em seus 70 anos de história, o Partizan conquistou 26 títulos nacionais e 12 Copas. É, inclusive, o atual campeão sérvio. No entanto, as campanhas continentais fracas têm incomodado demais o clube.
Vice-campeão europeu em 1966, derrotado pelo histórico Real Madrid de Francisco Gento, os crno-beli (alvinegros) viram seu maior rival conquistar a Copa dos Campeões em 1991. Com o esfacelamento da Cortina de Ferro, o poder dos clubes do Leste Europeu caiu consideravelmente, e as grandes campanhas pelo continente praticamente desapareceram. Desde 2005 o Partizan Belgrado não consegue avançar da fase de grupos da Liga Europa ou da Liga dos Campeões.
Nesta temporada, o clube negociou alguns jogadores importantes, como o volante Nikola Drincic (Maccabi Haifa) e teve um início terrível no Campeonato Sérvio. Após 20 rodadas, tem míseros 32 pontos na quarta colocação contra 56 do líder Estrela Vermelha. Por isso a derrota de virada para o Augsburg, por 3 a 1 na quinta-feira, doeu tanto.
Diretoria e torcida tinham muitas esperanças de classificação na Liga Europa. Bastava um empate ou mesmo derrota por 1 a 0 ou 2 a 1, já que na Alemanha vencera por 3 a 1. O gol de Raúl Bobadilla aos 44 minutos do segundo tempo devolveu o placar e garantiu os alemães pelo saldo de gols no geral.
No final, toda diretoria pediu para sair. O técnico Ljubinko Drulovic não deve durar muito e o gerente Geral, Milos Vazura, permaneceu apenas para convocar assembléia extraordinária em 30 dias e definir o futuro do clube.
DIVULGAÇÃO

Pede pra sair!