quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Público total: veja quem levou mais gente aos estádios no Brasileiro

É grande a falta de critério na aferição das médias de público do campeonato brasileiro. Em geral, jornais e sites consideram apenas os "pagantes", como se os "não pagantes" fossem fantasmas, quando na realidade são pessoas presentes aos jogos. Vão aos estádios e torcem pelos seus clubes. Estão lá e simplesmente as ignoram. A aparente lógica dos que optam por medir apenas o público que desembolsou para ver as pelejas cai por terra quando observamos os borderôs.
Nos jogos do Palmeiras, por exemplo, muitas pessoas com acesso ao Allianz Parque não compram ingresso. Basta ser sócio torcedor em plano que conceda o direito de acompanhar os cotejos do time in loco sem desembolsar um centavo a mais — cliqueaqui e veja no site do programa e as opções com "100% de desconto". Ou seja, esses são não pagantes tratados como pagantes. A receita por eles gerada é a da mensalidade, que fica fora dos boletins financeiros das partidas, é claro.
Atlético 1 x 0 Joinville, no Mineirão, registrou o recorde (55.987) do certame até então. Os sócios "Galo na Veia Prata" na compra de um ingresso ganhavam outro. A cortesia era carregada no cartão do sócio, tanto que o acompanhante entrava no estádio "simultaneamente ao portador do cartão", como registrou o site atleticano — cliqueaqui e confira. Mas o cálculo da imprensa em geral considera todos os presentes. Detalhe: no borderô não aparecem os não pagantes da promoção.
E são apenas dois exemplos. Há vários outros espalhados pelo campeonato, ou seja, a divugação do público total sem o detalhamento dos não pagantes é prática comum em alguns estádios, como o Maracanã e a Ilha do Retiro. Com isso, é criada uma distorção a partir de um critério (ou falta de...) equivocado. Alguém pode alegar que o sócio torcedor é pagante porque desembolsa a mensalidade. Um absurdo, afinal, aquela não é receita do jogo e deve aparecer, sim, nos balanços dos clubes.
Já os portadores de cadeiras cativas e perpétuas do Maracanã, cujos borderôs são muito detalhados; aparecem como não pagantes por não compram bilhetes para verem os jogos no estádio. Mas no passado pagaram para ter o direito aqueles espaços. Qual a diferença entre eles e os sócios torcedores? Fica claro que existem enormes diferenças a cada Estado, a cada clube. Por isso, o mais que mais se aproxima da realidade é considerar rigorosamente todos os que passam nas roletas, ou catracas.
Não sou defensor das gratuidades, e quantidades absurdas no Rio de Janeiro, como o blog já explicou — clique aqui e leia. Mas o fato de o pai da criança até 12 anos não pagar para que o filho vá ao estádio não significa que o pequeno torcedor deva ser ignorado. Ele está lá, torcendo e gritando pelo time como o sócio torcedor que paga a mensalidade e não precisa comprar ingresso. E os defensores das gratuidades podem alegar que o pai é contribuinte e paga impostos. Uma discussão sem fim.
Por isso o blog apresenta a média de público total dos jogos do Brasileiro, num levantamento feito pelo ótimo Futdados — clique aqui e acesse. A partir de agora, a cada rodada você pode voltar ao site e ver como está o verdadeiro ranking de público. Detalhe: com o novo recorde (67 mil) na partida desta quinta-feira contra o Coritiba, em Brasília, o Flamengo deverá liderar tudo, chegando à média de quase 37.400 contando todos os presentes e perto de 33.200 considerando somente os pagantes.
REPRODUÇÃO FUTDADOS
Até a 25ª rodada: as 4 partidas disputadas sem venda de ingressos não entram no cálculo
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