quinta-feira, 6 de agosto de 2015

River arrasa Tigres e conquista Libertadores após 19 anos

O goleiro Barovero e o atacante Cavenaghi, do River, levantam o troféu da Libertadores
O goleiro Barovero e o atacante Cavenaghi, do River, levantam o troféu da Libertadores(Juan Mabromata/AFP)
A espera finalmente terminou. O River Plate se impôs, venceu o Tigres por 3 a 0 nesta quarta-feira e voltou a conquistar a Libertadores da América depois de longos 19 anos. Empurrado por mais de 67 mil torcedores no Monumental de Núñez, em Buenos Aires, o time argentino levantou o tricampeonato do principal torneio do continente de forma incontestável. Alario abriu o placar aos 44 minutos do primeiro tempo. Sánchez, de pênalti, ampliou aos 28 do segundo e Funes Mori fechou o placar aos 34, após o empate por 0 a 0 na partida de ida no Estádio Universitário, em Monterrey, no México.
Foi o último capítulo de uma histórica campanha que contou com uma quase eliminação precoce e vitórias sobre importantes rivais antes da grande decisão. Não fosse o próprio Tigres, o River teria caído ainda na fase de grupos, mas foi salvo por uma vitória dos mexicanos sobre o Juan Aurich na última rodada.
Nas oitavas de final, o adversário era o rival Boca Juniors. Após o triunfo por 1 a 0 no Monumental, veio o conturbado jogo cancelado em La Bombonera, depois de ao menos um torcedor do Boca lançar gás de pimenta no túnel de acesso ao campo.
Contra o Cruzeiro, nas quartas, o River mostrou outra vez um incrível poder de recuperação. Perdeu pelo placar mínimo na partida de ida em casa, mas voltou a mostrar força no Mineirão. Venceu o time celeste por 3 a 0, encerrando, de quebra, uma longa freguesia.
A vitória mais tranquila veio na semifinal, quando o adversário foi o surpreendente Guaraní, do Paraguai. Desta vez, o River fez o dever de casa e venceu o primeiro jogo no Monumental por 2 a 1, empatando o duelo de volta para avançar à final.
Decisão - As emoções exacerbadas nas arquibancadas e a possibilidade de voltar a conquistar o mais importante título continental não se refletiram no campo na etapa inicial. Apesar de pressionar o adversário, o River errava passes demais, atrapalhado também pela chuva que caia em Buenos Aires. O mesmo ocorria pelo lado do Tigres, que se contentava em arriscar apenas nos contra-ataques.
Mesmo com o frio, a torcida não parava de cantar. Mas quase foi calada pela equipe mexicana aos 23 minutos. Em um dos poucos contragolpes de qualidade do Tigres, Damm apareceu livre pela direita, limpou a marcação e rolou para Gignac, que vinha de trás. O francês, pressionado pela marcação, se atrapalhou na hora da finalização e desperdiçou uma grande oportunidade.
Recuperado do susto, o River retomou o controle da partida. Mas só fez o Monumental explodir de alegria já no fim do primeiro tempo, aos 44. Vangioni deu belo drible no meio-campo e cruzou na medida para Alario, que se antecipou ao zagueiro e tocou firme de cabeça para abrir o placar.
Ao longo de toda a etapa inicial, o técnico brasileiro naturalizado mexicano Ricardo Ferretti não largou a prancheta. Não propôs mudanças no intervalo, mas o Tigres voltou diferente para os 45 minutos decisivos. Retomou o controle da posse de bola e saiu para o jogo em busca do empate.
Quando a equipe mexicana começava a ameaçar de forma mais expressiva a defesa dos donos da casa, Sánchez apareceu. Herói da vitória sobre o Boca, o volante surgiu como elemento surpresa pela direita, invadiu a área e foi derrubado aos 28 minutos. Pênalti sofrido e cobrado pelo jogador, que ampliou a vantagem do River. O Monumental de Núñez enloqueceu. E o Tigres não suportou a pressão da torcida argentina. Aos 34, Funes Mori subiu sozinho na pequena área e marcou o terceiro após cobrança de escanteio.
O River só controlou a partida nos minutos finais, enquanto já ouvia os gritos de campeão e olé vindos das arquibancadas. Aos 46 minutos, o árbitro uruguaio Darío Ubriaco apitou pela última vez, colocando um ponto final na longa espera dos 'Millonarios'.
O título é especial para o técnico Marcelo Gallardo. Suspenso da decisão, o ex-jogador foi um dos principais nomes da última Libertadores conquistada pelo River, em 1996, ao lado de um elenco recheado de craques, como Ariel Ortega e Hernan Crespo.
A vitória também mantém o jejum mexicano na Libertadores. O Tigres foi o terceiro time do país derrotado na decisão do torneio. Antes, o Cruz Azul foi batido pelo Boca na final de 2001. Já em 2010, o Internacional se sagrou campeão sobre o Chivas Guadalajara. Independentemente do título, o River já estava garantido no Mundial de Clubes e na Recopa Sul-Americana, pois o Tigres pertence à Concacaf.
(Com agência EFE)