quinta-feira, 12 de março de 2015

O PSG nas quartas-de-final, a crise de Mourinho… ou do futebol inglês

Sim, muita gente que acompanha Champions League só há uns dez anos se esquece que já foi diferente. O Paris Saint-Germain dirigido por Artur Jorge, com Raí, Ricardo Gomes, Valdo, perdeu para o Milan as semifinais vinte anos atrás. Sonha voltar no aniversário de vinte anos da última semifinal e para chegar lá conseguiu a terceira classificação seguida para as quartas.
Vai sonhar com o sorteio… Vai que as bolinhas indicam o Porto, o Monaco ou sabe-se lá quem nas quartas-de-final. A chance das semifinais passam por aí.
Mas raras vezes o Paris Saint-Germain deu demonstração de força tão grande, desde que venceu o Rapid Viena na final da Recopa da Europa em 1996. Como o Rapid Viena não é o Chelsea na situação atual, é justo dizer que pode ter sido a maior demostração de força do time que leva a Torre Eiffeil no peito.
José Mourinho raras vezes deu tão evidente demonstração de fragilidade. Não que o Chelsea tenha jogado mal, poderia ter vencido, mas perdeu com um homem e o jogador expulso do outro lado era simplesmente Ibrahimovic.
Mourinho foi eliminado nas oitavas-de-final pela terceira vez. A mesma fase em que deu sua primeira demonstração de força, quando seu Porto tirou o Manchester United na Inglaterra em 2004, sacrificou Mourinho em 2006 (Barcelona) e 2009 (Manchester United). Quem tirou Mourinho foi à final.
Mas pode não ter sido o declínio de Mourinho. Desde 2010, os ingleses querem o Campeonato Inglês equilibrado como era nos anos 60, quando nove clubes (Burnley, Tottenham, Ipswich, Everton, Liverpool, Manchester United, Leeds United, Manchester City e Arsenal levantaram a taça, entre 1960 e 1970.
De 2010 para cá, a Premier League ficou mais equilibrada. Mais ainda do que já era. Se antes chegavam sempre os quatro grandes, Manchester United, Liverpool, Arsenal e Chelsea, para as vagas de Champions League, nos últimos cinco anos houve revezamento com Manchester City e Tottenham entrando na disputa, Southampton e Everton ameaçando.
A luta pelo título continua a mesma, mas mais árdua.
Entre 2004 e 2012, todos os anos havia pelo menos um semifinalista inglês, série quebrada em 2013, quando ninguém chegou nem sequer ás semifinais. A queda antes de chegar aos oito melhores pode se repetir e as únicas esperanças de evitar isso são o Manchester City, em desvantagem contra o Barcelona, e o Arsenal, que perdeu em casa para o Monaco.
Real Madrid, Barcelona e Bayern jogam campeonatos mais simples, com menos dificuldades. Não é verdade absoluta, mas uma hipótese de que isso esteja interferindo no desempenho dos ingleses na Europa.
Desde que a Liga dos Campeões passou a receber também vice-campeões e afins, só uma vez dois campeões nacionais do ano anterior chegaram à final. Só em 1998. Neste ano, parece haver algo estranho no reino.