quinta-feira, 26 de março de 2015

Lição de moral serviu para imprensa não estimular preconceito, diz repórter

Em uma transmissão ao vivo, um repórter precisa ter jogo de cintura para falar seu texto corretamente, ficar atento a problemas técnicos e ainda lidar com entrevistados, que podem ser imprevisíveis. No ar pela ESPN Brasil antes do clássico entre Palmeiras e São Paulo, nesta quarta-feira (25), Gabriela Moreira foi surpreendida por uma expressão homofóbica de um torcedor. E não perdoou. Em entrevista ao blog, ela explicou o por quê.
Na entrevista, um torcedor palmeirense previu: “a expectativa é a gente ganhar dos bichas hoje, 2 a 1 para o Palmeiras”. E ouviu uma lição de moral da jornalista.
Gabriela prefere não dar entrevistas, para não virar notícia em cima do caso. Mas aceitou explicar o por quê de sua postura firme naquele momento, que teve dois pontos.
“Pessoalmente, eu agi de forma natural, de acordo com o que acredito. Profissionalmente, eu reagi porque a imprensa não pode ser instrumento e veículo de qualquer tipo de preconceito”, afirmou Gabriela.
Ela admitiu que a reação não é fácil, ainda mais ao vivo, mas se mostrou tranquila de que tomou a decisão correta. “ Na hora é uma decisão difícil a se fazer, mas agi assim respeitando esses dois pontos.”
No ar pelo Bate-Bola, a bronca de Gabriela gerou rapidamente uma enxurrada de comentários nas redes sociais, já que o puxão de orelha não foi dos mais sutis. “Rapaz, vou te falar uma coisa, não sei se vai ganhar. Mas com esse bicha? Não a homofobia, né? Você tem quantos anos? Por favor, vamos tentar modernizar este pensamento”, disse ela.
A atitude ganhou elogios do apresentador João Carlos Albuquerque, na volta ao estúdio. “Gabi, você é demais! Receba um beijo pela sua intervenção. Coitado do rapaz, tomou uma invertida'', afirmou o jornalista da ESPN.
Maurício Dehò
Do UOL, em São Paulo


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