quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Pacaembu: quem quer comprar?

Prefeitura de São Paulo abre processo de concessão do Pacaembu (Foto: Getty Images)
Símbolo da cidade, ponto turístico, parte da vida de muita gente. Você já comeu um pastel no sábado de manhã na praça Charles Miller? Já visitou o Museu do Futebol? Já assistiu a algum jogo no tobogã? O Pacaembu é história viva. Difícil imaginar o futebol de São Paulo e a vida de quem mora na zona Oeste da cidade sem ele por perto.
Apesar disso, com a conclusão das arenas de Corinthians e Palmeiras muita gente questionou a funcionalidade do estádio, mas ele está longe de ser um elefante branco. No mês de janeiro, em função do campeonato paulista, será mais utilizado que as duas arenas juntas. Mas o velho palco precisa de reformas, precisa se modernizar. Por isso a prefeitura de São Paulo anunciou que vai abrir concorrência para a concessão do estádio.
"O Pacaembu é um equipamento importante da cidade, emblemático, com uma localização muito especial, mas que está muito defasado do ponto de vista tecnológico e que tem uma série de comprometimentos. Nós decidimos fazer uma chamada pública para que todos venham a se apresentar de maneira transparente para que nós possamos abrir com a cidade uma discussão com base em propostas mais concretas", afirmou o prefeito Fernando Haddad durante o lançamento do programa de concessão.
Os projetos devem incluir a modernização e a restauração do local. Os projetos deverão prever cobertura, assentos numerados, estacionamento, banheiros e wi-fi livre. As empresas interessadas terão 20 dias para fazer o cadastro (a partir de 20/01). De acordo com a Secretaria Municipal de Esportes o prazo de concessão não está definido e vai depender dos projetos apresentados.

O preço de um estádio
Cuidar de um estádio não é simples. O custo de manutenção do Pacaembu é de R$ 9 milhões por ano. Para a modernização do estádio, estima-se um investimento entre R$ 200 e R$ 300 milhões.
O exemplo do Rio de Janeiro inspira cautela. Lá, um processo semelhante foi feito com o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão. O vencedor da concessão foi o Botafogo, mas o clube solicitou que a parceria fosse interrompida depois que o local apresentou problemas estruturais graves. Segundo laudos da época, há risco de desabamento da cobertura do estádio. A concessão estava em vigor até 2027 e ficará suspensa até que a situação seja resolvida, mas não há prazo para que isso aconteça - o Engenhão está interditado desde 2013 em função desses problemas. Na época da licitação o custo de manutenção do local era de R$ 400 mil por mês.
De acordo com a prefeitura de São Paulo, a concessionária vencedora poderá explorar comercialmente o estádio, mas a concessão não inclui o chamado "naming rights", o que significa que o nome continuará sendo Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho. Além disso, a administração municipal poderá utilizar o local em até dez datas no ano e o Museu do Futebol, gerido pelo Governo do Estado, não fará parte da licitação.
No próximo domingo, dia 25/01, o Pacaembu receberá a final da Copa São Paulo de Futebol Junior. Um evento tradicional, daqueles que lotam as arquibancadas. Uma boa oportunidade para o torcedor começar a se despedir do velho amigo.