sábado, 17 de janeiro de 2015

Copa Africana: destaques, técnicos e perspectivas de cada seleção



GETTY
Nigerianos ficaram com a taça da Copa Africana e agora podem ganhar semana grátis de sexo
Campeã em 2013, a Nigéria sequer conseguiu a classificação para a CAN-2015
A realização da Copa Africana de Nações em 2015 passou por dias de incerteza no fim do ano passado, quando o Marrocos, eleito para sediar a competição, pediu o adiamento por causa do surto de Ebola em países do continente. A Confederação Africana de Futebol vetou a mudança de data, o que levou os marroquinos a abdicarem da organização.
Depois de sondar vários países sobre a possibilidade de receber o torneio em cima da hora, a CAF recebeu uma resposta positiva da Guiné Equatorial, que havia organizado em conjunto com o Gabão em 2012. Serão quatro cidades-sede. Bata e Malabo já haviam recebido jogos há três anos (Bata será sede da final), e se juntam a elas Mongomo e Ebebiyin, que terão partidas até as quartas-de-final.
Mais uma vez, as eliminatórias trouxeram resultados inesperados. A atual campeã Nigéria não conseguiu a classificação, e o Egito ficou de fora pela terceira edição consecutiva, após conquistar três títulos em fila entre 2006 e 2010.
Seleções como Gana e Costa do Marfim, que há anos aparecem entre as mais fortes do continente, tentam acabar com seus jejuns na competição. Entre os quatro grupos, chama a atenção o C, com quatro possíveis candidatos ao título.
Veja as perspectivas de cada seleção, os técnicos e os jogadores de destaque
GRUPO A (Bata/Ebebiyin)
GUINÉ EQUATORIAL
Ranking da Fifa: 118º
Participações na CAN: 1
Melhor desempenho: quartas-de-final em 2012
Guiné Equatorial ganhou o direito de participar da CAN após se oferecer para substituir Marrocos como sede, três anos depois de organizar a competição. em conjunto com o Gabão. Nas eliminatórias, havia sido desclassificada pela escalação de um jogador irregular contra a Mauritânia.
Com mudança de técnico às vésperas do torneio e a decisão de não mais recorrer à naturalização de jogadores sul-americanos, a equipe tem apenas o fator campo a seu favor. A convocação tem jogadores de ligas obscuras como Hong Kong e Gibraltar.
Técnico: O argentino Esteban Becker substituiu o espanhol Andoni Goikoetxea semanas antes do torneio, após uma mudança de comando na federação. Becker, que foi jogador profissional e trabalhou como técnico em times de divisões inferiores na Espanha, dirigia a seleção feminina da Guiné Equatorial, com a qual foi campeão africano em 2012. Não era a primeira alternativa: os dirigentes queriam Stephen Keshi, campeão com a Nigéria em 2013, mas não houve acordo.
Fique de olho: Emilio Nsue atua pelo Middlesbrough na segunda divisão inglesa. Revelado pelo Mallorca, time de sua terra natal, tem 25 anos e pode atuar como ponta-direita ou atacante. Passou pelas seleções de base da Espanha e recusou o convite para disputar a CAN de 2012 pela nação de seu pai. Esperava uma vaga na seleção olímpica da Espanha, o que não aconteceu. Em 2013, mudou de ideia e passou a defender a Guiné Equatorial.
BURKINA FASO
Ranking da Fifa: 64º
Participações na CAN: 9
Melhor desempenho: vice-campeã em 2013
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Atacante de Burkina Faso Aristide Bancé foi do Augsburg para o Fortuna Dusseldorf
Aristide Bancé, atacante de Burkina Faso
Depois de surpreender o continente ao alcançar a final há dois anos, Burkina Faso quer mostrar que aquela campanha não foi obra do acaso. O time até voltou à África do Sul, palco da CAN em 2013, para realizar sua preparação por duas semanas. Uma boa participação aliviaria um pouco da dor por ter chegado tão perto da vaga na Copa do Mundo de 2014. Acertou a trave no último minuto contra a Argélia, que se classificou pelos gols fora.
Técnico: O belga Paul Put caiu em desgraça em seu país após envolver o Lierse em um escândalo de manipulação com apostadores chineses. Suspenso na Bélgica, foi trabalhar na África, onde dirigiu Gâmbia entre 2007 e 2011. Técnico de Burkina Faso desde 2012, alcançou o maior feito da carreira com o vice continental em 2013, eliminando a favorita Gana nos pênaltis na semifinal antes de perder para a Nigéria na decisão.
Fique de olho: Ponteiro veloz e habilidoso, Jonathan Pitroipa foi eleito o melhor jogador da CAN em 2013. Confirmou sua importância para a seleção ao terminar na artilharia das eliminatórias, com 6 gols. Aos 28 anos, disputará a competição pela quarta vez. Jogou na Alemanha pelo Freiburg e pelo Hamburgo, e na França pelo Rennes. Atualmente defende o Al-Jazira, dos Emirados Árabes.
CONGO
Ranking da Fifa: 61º
Participações na CAN: 7
Melhor desempenho: campeão em 1972
Deixou para trás a campeã Nigéria, classificando-se em segundo lugar no grupo que teve a África do Sul em primeiro. Mas só chegou à fase de grupos porque Ruanda escalou um jogador irregular no confronto em que bateu os congoleses nos pênaltis. A vitória fora de casa sobre a Nigéria por 3 a 2, logo na primeira rodada, acabou sendo decisiva.
Técnico: A história do francês Claude Le Roy se mistura com a da CAN. É o recordista de jogos no torneio, com 31, e vai para sua oitava participação. Campeão com Camarões em 1988, também dirigiu seleções como Gana, Senegal e República Democrática do Congo. Assumiu o atual cargo em dezembro de 2013. Em suas sete experiências anteriores no torneio, só não superou a fase de grupos uma vez.
Fique de olho: O volante Delvin Ndinga, de 26 anos, pertence ao Monaco, que o comprou por 6 milhões de euros do Auxerre em 2012. Sua explosão, porém, veio no Olympiacos, onde atua por empréstimo desde agosto de 2013. É a principal figura do meio-campo congolês.
GABÃO
Ranking da Fifa: 62º
Participações na CAN: 5
Melhor desempenho: quartas-de-final em 1996 e 2012
Uma das sedes do torneio em 2012, chegou a sonhar com o título, mas caiu nos pênaltis para o Mali nas quartas-de-final. Com um grupo acessível, pode pelo menos repetir aquela campanha, depois de não conseguir a classificação para a edição de 2013. Às vésperas da CAN 2015, os planos gaboneses sofreram um baque com a recusa do meio-campista Mario Lemina, do Olympique de Marselha, que voltou atrás em sua decisão de representar o país de nascimento para seguir na seleção sub-21 da França.
Técnico: Zagueiro raçudo nos tempos de jogador e ídolo da torcida do Porto, o português Jorge Costa assumiu o Gabão em julho do ano passado, substituindo o compatriota Paulo Duarte. Aos 43 anos, já tem experiência em clubes de Portugal (Braga, Olhanense e Acadêmica) e nas ligas de Romênia e Chipre.
Fique de olho: Pierre-Emerick Aubameyang era o capitão e astro do time em 2012, mas errou o pênalti decisivo contra o Mali. O atacante do Borussia Dortmund está disposto a se redimir, colocando sua velocidade e poder de decisão a serviço da equipe. Nasceu na França, tem mãe espanhola e foi criado na Itália, mas optou por representar a nação de seu pai. É o mais bem-sucedido de três irmãos que jogaram nas categorias de base do Milan. Fez carreira no futebol francês até chegar ao Dortmund, em 2013, e foi um dos finalistas do prêmio de melhor jogador africano de 2014.
GRUPO B (Ebebiyin/Bata)
ZÂMBIA
Ranking da Fifa: 50ª
Participações na CAN: 16
Melhor desempenho: campeã em 2012
Muita coisa mudou desde o inesperado título em 2012. Apenas oito jogadores do elenco campeão continuam na equipe. Depois de um começo preocupante nas eliminatórias, Zâmbia recuperou-se com três vitórias nos últimos três jogos para garantir a vaga. Mesmo assim, não parte entre as favoritas desta vez.
Técnico: Honour Janza assumiu interinamente em setembro, quando o antigo treinador Patrice Beaumelle saiu para integrar a comissão técnica da Costa do Marfim. Janza, que ocupava o cargo de diretor técnico da federação, nunca havia dirigido um time de primeira divisão no país. Apesar dos maus resultados no início, recuperou-se e classificou o time, conquistando o posto em definitivo.
Fique de olho: Rainford Kalaba é um dos poucos remanescentes da conquista de três anos atrás. Aos 28 anos, o baixinho velocista fará sua sexta participação na CAN, a primeira como capitão. Era um dos jogadores cotados para atuar na Europa, mas desde 2011 defende o Mazembe, após passagens frustradas pelo futebol português.
TUNÍSIA
Ranking da Fifa: 22ª
Participações na CAN: 16
Melhor desempenho: campeã em 2004
Depois de passar invicta por um grupo duro, que tinha Senegal e o eliminado Egito, a Tunísia chega como a principal força do grupo. Tem a tradição de apresentar equipes pouco vistosas, mas muito disciplinadas e com atenção ao trabalho defensivo. Prova disso é o fato de ter sofrido apenas dois gols em sua chave das eliminatórias.
Técnico: O belga Georges Leekens dirigiu a seleção de seu país em duas oportunidades. Na primeira, chegou à Copa do Mundo de 1998. Retornou em 2010, mas surpreendeu ao abandonar o cargo em 2012, apesar de ter mais dois anos de contrato. Aceitou uma oferta vantajosa do Club Brugge, time que havia defendido por nove anos como jogador, mas durou poucos meses no cargo. Desde março de 2014 dirige a Tunísia.
Fique de olho: Yassine Chikhaoui despontou cedo e já era capitão do Etoile du Sahel aos 19 anos. Aos 20, integrou o elenco tunisiano na última participação do país em uma Copa do Mundo, em 2006. Um ano depois, seria transferido para o Zürich, da Suíça, onde permanece até hoje. Apesar de ter porte de centroavante, trabalha melhor como meia. Jogou as CANs de 2008 e 2012 e ficou fora em 2010 e 2013 por lesões.
CABO VERDE
Ranking da Fifa: 40º
Participações na CAN: 1
Melhor desempenho: quartas-de-final em 2013
O arquipélago de língua portuguesa, com população pouco superior a 500 mil habitantes, foi a sensação do torneio em 2013. Em sua primeira participação, alcançou as quartas-de-final na África do Sul. Para confirmar a força do time, fez boa campanha nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2014 - só não disputou a fase final por ter usado um jogador suspenso e perdido pontos. Agora, chega sabendo que o rótulo de surpresa não lhe cabe mais e será considerada uma candidata à classificação.
Técnico: Ex-jogador de Benfica e Porto, Rui Águas integrou a seleção portuguesa na Copa do Mundo de 1986. Foi quatro vezes campeão português e uma vez artilheiro. Sua carreira de técnico não decolou no país, mas, casado com uma caboverdiana, aceitou o convite para assumir a seleção no ano passado - seu primeiro trabalho como treinador em mais de dez anos. Começou bem o trabalho e classificou o time para a CAN com duas rodadas de antecedência.
Fique de olho: O atacante Héldon, de 26 anos, foi um dos destaques da campanha de 2013 e permanece como um dos principais jogadores da equipe. Mudou-se aos 18 anos para Portugal e jogou nas divisões inferiores até ser contratado pelo Marítimo, em 2010. Desde janeiro do ano passado atua pelo Sporting, que pagou 1,5 milhão de euros pela transferência. Em Cabo Verde é mais conhecido pelo apelido: Nhuck.
REPÚBLICA DEMOCRÁTICA DO CONGO
Ranking da Fifa: 57º
Participações na CAN: 16
Melhor desempenho: campeã em 1968 e 1974 (como Zaire)
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Inglês Crystal Palace Yannick Bolasie Queens Park Rangers 28/12/14
Bolasie, sensação do Crystal Palace-ING
Classificada como a melhor terceira colocada das eliminatórias, costuma ter boa oferta de talento. O time atual, por exemplo, tem jogadores importantes como os atacantes Mbokani (Dynamo Kiev) e Bolasie (Crystal Palace). No entanto, os resultados há tempos não aparecem. Desde 2006, quando chegou às quartas-de-final, deixou de se classificar para três edições consecutivas e em 2013 ficou na fase de grupos.
Técnico: Florent Ibengé concilia o comando da seleção com o do Vita Club, inesperado vice-campeão africano de 2014. Ex-auxiliar de Claude Le Roy, agora à frente do vizinho Congo, Ibengé assumiu o cargo semanas antes do início das eliminatórias.
Fique de olho: O volante Youssouf Mulumbu, de 27 anos, vai para o segundo torneio consecutivo como capitão da RD Congo. Criado na França, foi revelado pelo Paris Saint-Germain e chegou a atuar pela seleção sub-21 francesa antes de se decidir pela pátria de nascimento. Tornou-se uma importante liderança também no lado extracampo, fazendo críticas à administração do futebol em seu país - motivo que o levou a se afastar da seleção por dez meses entre 2011 e 2012. Desde 2009, é um dos principais jogadores do West Bromwich, da Inglaterra.
GRUPO C (Mongomo/Malabo)
GANA
Ranking da Fifa: 37ª
Participações na CAN: 19
Melhor desempenho: campeã em 1963, 1965, 1978 e 1982
Depois de uma campanha decepcionante na Copa do Mundo, Gana tenta acabar com a sina do "quase" em suas participações na CAN. Sem título há 23 anos, os Estrelas Negras alcançaram as semifinais nas últimas quatro edições. Classificada com o primeiro lugar de seu grupo, mas com atuações pouco convincentes, Gana chega ao torneio misturando jovens promessas a jogadores mais experientes.
Técnico: O israelense Avram Grant viveu seu melhor momento em 2008, quando chegou à final da Champions League com o Chelsea e viu o Manchester United levar o título nos pênaltis. Desde então, dirigiu Portsmouth, West Ham e o sérvio Partizan. Treinou a seleção de Israel por quatro anos, entre 2002 e 2006, mas não tem experiência prévia no futebol africano. O tempo para se adaptar foi pouco: o acerto com Gana só saiu no fim de novembro.
Fique de olho: O atacante Asamoah Gyan sempre levará o fardo de ter desperdiçado o pênalti que levaria Gana às semifinais da Copa do Mundo, em 2010. Mas seu papel para a seleção ainda é fundamental. Aos 29 anos, é o capitão, maior artilheiro da equipe e carrega a experiência de três Mundiais e quatro Copas africanas disputadas. Jogou em times de primeira divisão na Itália, na França e na Inglaterra, mas abandonou a Europa em 2011 para ir jogar no Al-Ain, dos Emirados Árabes. Foi artilheiro da liga nas últimas três temporadas.
ARGÉLIA
Ranking da Fifa: 18ª
Participações na CAN: 15
Melhor desempenho: campeã em 1990
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Feghouli durante a partida contra a Alemanha: faltou pouco
Feghouli é um dos principais nomes da Argélia
A Argélia deixou ótima impressão na Copa do Mundo, passando da fase de grupos e levando a Alemanha à prorrogação nas oitavas-de-final. Apesar de ter mudado de técnico desde então, levou o astral elevado para as eliminatórias da CAN e classificou-se sem dificuldades, vencendo as cinco primeiras partidas do grupo. Hoje é a melhor seleção africana no ranking da Fifa e entra no torneio como uma das principais favoritas. Pode levar o troféu de volta ao norte da África, que entre 2004 e 2010 conquistou quatro títulos seguidos, um com a Tunísia e três com o Egito.
Técnico: O francês Christian Gourcuff aceitou o desafio de substituir Vahid Halilhodzic após o Mundial. Reconhecido como formador de talentos e adepto de um futebol ofensivo, tem sua carreira ligada ao Lorient, onde trabalhou por 25 anos ao longo de três períodos, o último entre 2003 e 2014.
Fique de olho: O meia Yacine Brahimi, 24 anos, é um dos filhos de argelinos que nascem na França e optam por representar o país africano. Esteve nas categorias de base do Paris Saint-Germain, mas profissionalizou-se pelo Rennes e jogou por todas as seleções de base da França. Sua carreira decolou após a transferência para o Granada, da Espanha, em 2012. No ano seguinte, aceitou o convite para representar a Argélia e logo se tornou imprescindível. Foi a figura criativa do meio-campo na boa campanha na Copa do Mundo, e em seguida foi negociado com o Porto por 6,5 milhões de euros.
ÁFRICA DO SUL
Ranking da Fifa: 52º
Participações na CAN: 8
Melhor desempenho: campeã em 1996
Depois de fracassar nas eliminatórias da Copa do Mundo de 2014, os Bafana Bafana iniciaram um processo de renovação visando o Mundial da Rússia. Mas os frutos vieram mais cedo que o esperado, com uma campanha sólida nas eliminatórias - nenhuma derrota e apenas três gols sofridos em seis jogos - e a classificação à frente da última campeã Nigéria. Um bom desempenho na CAN serviria como tributo ao goleiro Senzo Meyiwa, que era o capitão da equipe quando foi morto a tiros em uma tentativa de assalto em outubro do ano passado.
Técnico: Reconhecido pela competência no trabalho com jogadores jovens, Ephraim Mashaba era o técnico da seleção olímpica que bateu o Brasil em 2000. Assumiu a seleção principal em 2002, mas foi demitido dias antes da CAN em 2004 após desavenças com os dirigentes. Depois de dirigir Suazilândia entre 2008 e 2010, voltou a trabalhar na federação sul-africana com as categorias de base, até ser efetivado no time principal em julho de 2014, às vésperas de completar 64 anos. Como jogador, foi impedido de desenvolver carreira internacional por causa do apartheid.
Fique de olho: O vigoroso volante Andile Jali tem 24 anos e se destacou no Orlando Pirates, vice-campeão africano em 2013. Desde janeiro do ano passado atua pelo Oostende, da Bélgica, mas espera chamar a atenção de equipes mais importantes com suas atuações na CAN. É apontado como o cão-de-guarda da seleção.
SENEGAL
Ranking da Fifa: 35º
Participações na CAN: 12
Melhor desempenho: vice-campeã em 2002
Duas vitórias sobre o Egito nas eliminatórias ajudaram Senegal a se classificar em um grupo difícil. A boa geração de atacantes senegaleses tem nomes como Papiss Cissé (Newcastle), Mame Diouf (Stoke), Sadio Mané (Southampton) e Moussa Sow (Fenerbahçe). Mané foi mantido no grupo mesmo tendo se lesionado às vésperas da apresentação, mas deve perder pelo menos o início do torneio. Pode disputar o título, mas precisa sobreviver ao grupo da morte.
Técnico: O francês Alain Giresse foi um dos grandes jogadores franceses de sua geração. Ganhou a Euro 84 e foi semifinalista das Copas do Mundo de 1982 e 1986. Formou o "quadrado mágico" com Michel Platini, Luis Fernandez e Jean Tigana. Como técnico, vai para sua terceira CAN com seleções diferentes, após treinar o Gabão em 2010 e Mali em 2012, quando chegou às semifinais. Causou polêmica em Senegal ao deixar de fora o atacante Demba Ba.
Fique de olho: Em 2012, Papiss Cissé era uma das estrelas da seleção que chegou como favorita e saiu como decepção, perdendo os três jogos da fase de grupos. Agora, tenta se redimir comandando o ataque dos Leões de Teranga. Após experiências na França e na Alemanha, transferiu-se em 2012 para o Newcastle, onde jogou por alguns meses com Demba Ba até a transferência do compatriota para o Chelsea. Vive bom momento e tem nove gols em 14 jogos da Premier League nesta temporada.
GRUPO D (Malabo/Mongomo)
COSTA DO MARFIM
Ranking da Fifa: 28ª
Participações na CAN: 20
Melhor desempenho: campeã em 1992
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Gervinho fez o primeiro gol da vitória da Costa do Marfim sobre a Tunísia
Gervinho, agora, não tem mais Drogba ao seu lado
Encerrada a era Drogba, que rendeu participações em três Copas do Mundo, mas nenhum título africano, a Costa do Marfim continua com um dos maiores potenciais ofensivos do continente. Basta lembrar que Wilfried Bony acaba de ser envolvido em uma transferência milionária para o Manchester City. A defesa, porém, é motivo de preocupação: 11 gols sofridos em seis jogos nas eliminatórias, incluindo uma goleada de 4 a 1 para Camarões.
Técnico: O francês Hervé Renard, de 46 anos, estava do lado vitorioso quando a Costa do Marfim perdeu o título nos pênaltis para Zâmbia, em 2012. Assumiu a Costa do Marfim após a frustrante campanha dos Elefantes na Copa do Mundo do Brasil. Neste intervalo, dirigiu o Sochaux na Ligue 1 por meia temporada, mas não conseguiu evitar o rebaixamento da equipe na última rodada.
Fique de olho: O capitão Yaya Touré é o maior jogador africano da atualidade e ume, eleito por quatro vezes consecutivas o melhor do continente - um feito inédito. Meio-campista que marca, cria e faz gols, é considerado uma das referências mundiais da posição, tendo ajudado o Manchester City a conquistar o título da Premier League na última temporada com incríveis 20 gols.
MALI
Ranking da Fifa: 49º
Participações na CAN: 8
Melhor desempenho: vice-campeão em 1972
Nas duas últimas edições da CAN, o Mali terminou em terceiro lugar, mesmo sem aparecer entre os favoritos. O desafio é fazer uma campanha semelhante, e para isso será necessário superar um grupo complicado. No papel, os principais candidatos a passar às quartas-de-final são outros.
Técnico: O polonês Henryk Kasperczak integrou uma das melhores gerações de jogadores de seu país. Disputou as Copas do Mundo de 1974 e 1978, além de conquistar a prata olímpica em 1976. Também foi a um Mundial como técnico, em 1998, com a Tunísia, mas acabou demitido durante o torneio após as derrotas para Inglaterra e Colômbia. Na CAN, foi vice-campeão com os tunisianos em 1996 e terceiro colocado com a Costa do Marfim em 1994. Está em sua segunda passagem como técnico do Mali, tendo acabado em quarto lugar na CAN de 2002. Não teve o mesmo sucesso com Senegal e caiu na fase de grupos em 2008.
Fique de olho: Aos 34 anos, Seydou Keita é o capitão e recordista de gols e partidas pela seleção do Mali, que defende desde os 20. Apareceu no Mundial sub-20 de 1999, quando ajudou a equipe a terminar em terceiro lugar e foi eleito o craque do torneio. O meio-campista tem no currículo seis edições da CAN. Revelado pelo Olympique de Marselha, passou por Lorient, Lens e Sevilla até chegar ao Barcelona, em 2008. Permaneceu no Barça por quatro temporadas, vivendo uma das eras de maior sucesso da história do clube. Esteve na China, com o Dalian Aerbin, e no Valencia antes de chegar à Roma, na atual temporada.
CAMARÕES
Ranking da Fifa: 42º
Participações na CAN: 16
Melhor desempenho: campeão em 1984, 1988, 2000 e 2002
Samuel Eto'o faz parte do passado para os Leões Indomáveis, e com ele parece ter saído também o mau ambiente no elenco. Eto'o e Alex Song, considerados desagregadores, não jogam mais pela seleção, e os resultados desde o fiasco na Copa do Mundo só têm melhorado. A classificação para a CAN foi categórica, conquistada de forma invicta e com apenas um gol sofrido no grupo - na goleada de 4 a 1 sobre a Costa do Marfim. Uma boa campanha na Guiné Equatorial pode confirmar o ressurgimento da potência continental.
Técnico: O alemão Volker Finke resistiu às pressões para deixar o cargo após o Mundial e prometeu cumprir o contrato. Reconquistou a opinião pública com a renovação do elenco e a melhora nos resultados desde então, alcançando a vaga na CAN depois das ausências de 2012 e 2013. Em seu país, é considerado um pioneiro tático e foi um dos primeiros a utilizar jogadores africanos na Bundesliga, à frente do Freiburg, onde permaneceu por 16 anos, entre 1991 e 2007.
Fique de olho: O atacante Vincent Aboubakar, de 22 anos, é visto como o sucessor de Eto'o na seleção. Marcou quatro gols nas eliminatórias. Em 2010, era o único jogador atuando em Camarões convocado para a Copa do Mundo. Desde então, passou quatro temporadas na França - três no Valenciennes e uma no Lorient - antes de se transferir para o Porto.
GUINÉ
Ranking da Fifa: 39ª
Participações na CAN: 10
Melhor desempenho: vice-campeã em 1976
O surto do vírus Ebola impediu a seleção da Guiné de jogar em casa nas eliminatórias. Mesmo mandando os jogos em Casablanca, no Marrocos, a equipe desafiou os prognósticos para ficar com a vaga. Mesmo assim, entra no grupo como zebra.
Técnico: Ex-goleiro de Cannes e Nice, o francês Michel Dussuyer retornou ao comando da Guiné em maio de 2010 e permanece desde então, com exceção de um breve período entre o fim de 2013 e o início de 2014. Em sua primeira passagem, foi às quartas-de-final da CAN em 2004. Saiu para auxiliar Henri Michel na Costa do Marfim, vice-campeã em 2006. De novo como técnico, participou do torneio em 2010 com Benin.
Fique de olho: Ibrahima Traoré nasceu na França, onde atuou por equipes amadoras, mas fez toda a carreira profissional na Alemanha. Começou no Hertha Berlim e passou por Augsburg e Stuttgart antes de chegar ao Borussia Mönchengladbach, seu atual clube. Veloz e habilidoso, costuma atuar pelo lado esquerdo do ataque.
Argélia favorita da chave, Gana renovada e Costa do Marfim com melhor time