segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Tão Longe, de Mim Distante.

Lauren Bacall on the set of The African Queen, 1951
No fundo, no fundo, bem lá no fundo, a gente gostaria de ver nossos problemas resolvidos por decreto… mas problemas não se resolvem, problemas têm família grande, e aos domingos saem todos passear o problema, sua senhora e outros pequenos probleminhas.
A frase, como deve dar para desconfiar, não é minha, mas sim do poeta Paulo Leminski, que já foi homenageado pelo patrão aqui no Urublog em momentos mais eufóricos, razão pela qual o poema Bem no Fundo passou despercebido. Mas agora estamos assim, bem no fundo mesmo, então é hora de celebrar a melancolia
O que não falta é motivo para se lamentar e se entristecer. Dentre tantos, vou escolher o meu em particular: na semana em que fui obrigado a ler boatos (ou cavadas) de que o Flamengo estaria cogitando trazer André Lima, Léo Lima ou Sandy Lima, tive também a confirmação de que o Brocador nos deixou de vez.
Não há história mais curiosa do que a relação de Hernane de Souza Vidal com parte da torcida do Flamengo e principalmente com a direção do clube, que em 2014 desenvolveu uma obsessão por vender Hernane a qualquer preço – e ele agora se vai por uns R$ 7 milhões, que é bem menos do que o salário anual de um Caduzzz.
Hernane fez, em 2013, 36 gols com a camisa do Flamengo. Antes dele, apenas Romário havia marcado mais em uma única temporada. E antes de Romário, Zico e Nunes. Antes de Zico e Nunes, Dida!
É um número simplesmente espantoso, deixando para trás Bebeto, Adriano, Vagner Love, Edilson, Petkovic, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros artilheiros de temporada que tivemos.
Mesmo esse ano, atrapalhado por contusões e sombrias barrações, Hernane jogou 14 vezes e fez 6 gols. Não é um desempenho espetacular. Mas é melhor, por exemplo, que o de Marcelo Moreno, contratado com pompa e circunstância ano passado e que em 21 jogos, fez 5 gols.
Além disso, Hernane é um centroavante barato, ganha bem menos que Alecsandro, tem carisma e crédito com a torcida. Em um quadro de absoluta penúria de nossos atacantes, sinceramente não consigo entender que tenhamos deixado o Brocador partir em uma hora tão dura para toda a Nação. Por que será que ele virou tão inútil?
Eu tive muito medo em 2005 e já tinha até entregado os pontos, mas no finzinho tudo deu certo. Tive também a certeza de que nunca mais voltaríamos a passar um perrengue tão grande. E, realmente, passamos alguns sustos breves em 2007, namoramos a ZR em 2010 e 2012, ficamos um tempão nela em 2013 e agora parece que nos afundamos de vez por ali.
Como falta muito tempo, é claro que eu tenho muita fé de que tudo vai dar certo. Mas é bom começar a se ligar que o perigo é real. Não havia hora pior para se despedir de um jogador que nos últimos 60 anos só foi superado por Zico, Romário, Nunes e Dida.
A felicidade, que parecia tão próxima há menos de 1 ano, parece mesmo muito, muito distante. E os problemas a passear todos os domingos, na companhia de suas senhoras e dos pequenos probleminhas. Feliz Dia dos Pais, que São Judas Tadeu olhe por nós.
Walter Monteiro
Mengão Sempre
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