quarta-feira, 23 de julho de 2014

Para ser top 10 no Rio-2016, COB tem quase o dobro do investimento de Londres-2012

REUTERS
Arthur Zanetti foi ouro na ginástica em Londres-2012
Arthur Zanetti foi ouro na ginástica em Londres-2012
A praticamente dois anos do início da Olimpíada de 2016, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) divulgou detalhes do planejamento para os Jogos do Rio de Janeiro. A principal meta da entidade é colocar o Brasil entre os dez primeiros colocados do quadro pelo número total de medalhas, com a conquista de 27 a 30 pódios. Para isso, o investimento feito no quadriênio de preparação para a competição é de aproximadamente 600 milhões de dólares (R$ 1,33 bilhão), o maior da história do país e quase o dobro do valor investido para Londres-2012, que foi de 350 milhões de dólares.
Deste dinheiro para o atual ciclo olímpico, a maior parte vem da lei Agnelo/Piva, mas também estão incluídas verbas de contribuições do Governo Federal e de patrocinadores.
"Essa soma é próxima a dos países que investem para estar do quarto ao oitavo lugares, como Austrália, Grã-Bretanha, França e Alemanha, que gastam de 700 milhões a 1 bilhão de dólares nos quatro anos. Nós vamos chegar próximo a isso. Já os três primeiros, China, Estados Unidos e Rússia, investem valores acima de US$ 1 bilhão", explicou Marcus Vinícius Freire, superintendente executivo de esportes do COB, em entrevista coletiva nesta quarta.
Na Olimpíada de Londres, o Brasil ficou em 22º colocado na pontuação do quadro geral (que considera o número de ouros), mas em 15º no total de medalhas, conta que está sendo usada pelo COB para estabelecer a meta. Foram 17 pódios, sendo três ouros, cinco pratas e nove bronzes, em oito modalidades diferentes. Em 2016, o objetivo é conquistar no mínimo dez medallhas a mais, totalizando algo entre 27 e 30 pódios, em 13 modalidades.
"Tem o grupo dos inatingíveis, que são EUA, China e Rússia, e outro grupo que ainda não visamos alcançar para 2016, que conta com Grã-Bretanha, Alemanha, Japão, Austrália e França. Vamos brigar com os outros países para entrar nesse top 10. Para isso precisamos medalhar em 13 ou 14 modalidades para atingirmos a meta", afirmou Marcus Vinícius, que acrescentou.
FERNANDO DANTAS/GAZETA PRESS
Marcus Vinícius Freire, superintendente do COB
Marcus Vinícius Freire, superintendente do COB
"Uma coisa é meta, outra coisa é obrigação, traçamos lá atrás em 2009. Não traçamos ser top 5 porque é impossível. Estar no top 10 é uma meta arrojada, mas é factível. Se não tiver 27 medalhas, tiver 26 e ficar em 11º, faz parte do jogo".
A meta traçada pelo COB nada mais é do que a soma das expectativas de medalhas de cada modalidade, o que foi estipulado em conversas com as federações. A entidade prevê que mais de 400 atletas brasileiros participem dos Jogos aqui a dois anos, sendo que hoje o Brasil já tem 300 vagas garantidas. Os esportes foram divididos em quatro grupos, de acordo com a tradição, resultados dos Jogos anteriores e chances de pódio no Rio, fatores que influenciaram diretamente na divisão dos recursos financeiros.


As modalidades consideradas vitais incluem, por exemplo, vôlei, vôlei de praia, vela e judô, além do futebol, que não conta com investimento do COB, mas tem como previsão duas medalahas, no masculino e no feminino. As potenciais, como boxe e ginástica, tiveram bom desempenho nos últimos torneios e estão em ascensão no país. As modalidades contribuintes, como o pentatlo moderno, são as que podem ajudar o Brasil a atingir a meta, mas sem grandes expectativas. A outra é chamada de legado, na qual o objetivo é evoluir pensando em Olimpíadas futuras, com planejamento já para 2020 e 2024.