quarta-feira, 23 de julho de 2014

Números de Dunga, o novo rei da cocada: um castelo de areia em alto mar

Os amigos de fé enaltecem os 76,7% de aproveitamento, marca superior à dos últimos três ‘professores' da equipe: Parreira - 69,5%; Mano dos manos - 72,5%; e ‘sargento' Felipão - 72,4%. Em 60 jogos, Dunga colecionou 42 triunfos, 12 empates e seis fracassos.
Contra fatos não há argumentos... até a página 3. Primeiro: com desempenho inferior, Felipão chegou ao quarto lugar na Copa deste ano, enquanto o serelepe Dunga terminou em sexto na África do Sul.
Segundo: mais de 70% é o mínimo que se espera de um treinador da amarelinha desbotada, já que pode contar com os melhores jogadores do país num piscar de olhos - precisa ter apenas inteligência e competência para convocá-los, entender da mandioca.
Porém, muito mais importante que a frieza dos números, deve ser o produto final, o espetáculo apresentado em campo, a lição que Alemanha, Holanda, Chile, Colômbia e até Argélia deixaram por aqui.
Com raríssimas exceções, a equipe de Dunga sempre procurou mostrar o objeto mais cobiçado pelos ‘professores' de uma cultura futebolística mais que duvidosa: o pragmatismo, o futebol de resultados (a receita também se repetiu no Saci colorado).
Tanto que Dunga nunca escondeu o desprezo pelo inesquecível time do Mundial de 1982. Até hoje enche a boca para vociferar que só os campeões fazem história, como a turma de 1994. Que levantou o tetra, mas não deixou um pingo de chuva de saudade nos reservatórios do sistema Cantareira.
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Dunga, o gentleman. Um mergulho no passado mostra o que pode vir pela frente com Dunga ‘paz e amor'. O jornal ‘Zero Hora' levantou algumas frases que marcaram a carreira do ‘professor' na amarelinha desbotada e no Saci colorado. Bom proveito:
"Acho que ele deveria renunciar, ir para a Argentina e virar argentino" - ao então presidente Lula, que havia elogiado os hermanos.
"Vamos botar a bola para ele dominar" - a Jérôme Valcke, capataz da Fifa, que havia defendido a Jabulani.
"Tem algum problema? Ah, bom, pensei que tinha" - para Alex Escobar, da ‘Globo', após vitória brasileira sobre a Costa do Marfim.
"Ele deve ter ingresso de graça da Fifa" - a Cruyff, que disse que não pagaria para ver um jogo do Brasil.
"Se gramado sintético fosse bom, a vaca comia" - sobre campo do Passo D'Areia antes de um jogo do Inter.
"Cada palhaço no seu picadeiro" - ao humorista Marcius Melhem, que o criticou num programa de TV.
"Não temo ser demitido, só temo a morte" - ao balançar no Inter.
"Se gritar resolvesse, chamava o Tarzan e estava tudo certo" - na casamata do Inter.
Zé Corneta. A vida é bela: um Dunga e 200 milhões de Zangados.
Gilete press. De Fernando Calazans, no ‘Globo': "Num momento altamente delicado em que o futebol brasileiro clamava por uma reforma e uma caminhada pra frente, vem mais um passo para trás, mais um retrocesso: Dunga na seleção. Dunga não passa de um Felipão piorado, sobretudo em termos de grosseria e falta de educação. Com essa CBF que temos, de Marin a Del Nero, não é possível coisa melhor." No queixo.
Dona Fifi. Pensando bem, Dunga é o nome certo, um pródigo representante do poder reacionário que se encastelou na pátria de chuteiras há muito anos.
Chucrute. Tetracampeã do mundo, a Alemanha também dá show nas arquibancadas. A Bundesliga tem a melhor média de público do planeta bola, com 43.173 torcedores por jogo. A Premier League aparece em segundo, com 36.589, de acordo com levantamento da ‘Pluri Consultoria'. Depois vêm: Espanha (26.867), Itália (23.365), México (22.939), França (20.693) e Argentina (20.599). O Brasileirão pulou da 17ª para a 15ª posição, com 14.951. Perde para a segundona alemã (17.491) e inglesa (16.438).
Caiu na rede. Dunga confirmado: gol da Alemanha - ra ra, glu glu, yeah yeah.
Bem, amiguinhos. A Copa vai deixar saudade no caixa de muitas padarias e mercearias da Vila Madalena, o point da grande Pauliceia entregue à violência após os jogos. As vendas aumentaram 19% durante o Mundial. Já bares e restaurantes festejaram crescimento de 7,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Sugismundo Freud (by João Ubaldo Ribeiro). Eu não pequei contra a luxúria. Quem peca é aquele que não faz o que foi criado para fazer.
Bem, diabinhos. A revista ‘France Football' já tratou de dar as boas-vindas aos zagueiros Thiago Silva e David Luiz depois do incrível sucesso na Copa. A publicação dedicou a capa aos brasileiros. Manchete: ‘Os náufragos do PSG'. David Luiz foi contratado pouco antes do Mundial pela bagatela de R$ 150 milhões.
Tititi d'Aline. O atacante Robinho gosta tanto do Peixe, mas tanto, que pediu apenas R$ 800 mil mensais livres de impostos, além de 400 mil de comissão para seu pai, Gilvan de Souza, para mergulhar no aquário da Vila Belmiro até dezembro. Em 2015, ele deve defender o Orlando City, dos EUA, time de Kaká.
Você sabia que... o atacante Tardelli pode chegar ao centésimo gol com a camisa do Galo contra o Lanús, pela decisão da Recopa?
Bola de ouro. James Rodriguez. Artilheiro da Copa com seis gols, o colombiano foi contratado pelo Real Madrid por R$ 240 milhões. O ex-jogador do Monaco, batizado de ‘Jimenez' por Dunga, deve receber R$ 21 milhões por ano.
Bola de latão. Adriano. O rechonchudo imperador pode voltar ao futebol no Terracina, um clube da quarta divisão do Calcio.
Bola de lixo. Flamengo. Uma punição exemplar aos selvagens que agrediram covardemente André Santos: mandou o lateral embora.
Bola sete. "Fiquei muito chateado, inclusive cheguei a chorar, porque deixo muitos amigos no clube. Sempre dei o sangue. Sair dessa forma não é bom para nenhum atleta" (de André Santos, 57 jogos e sete gols pelo Flamengo - troco virá na Justiça).
Dúvida pertinente. Flamengo, um clube mais bagunçado que república de estudante?