sexta-feira, 11 de julho de 2014

"Pane geral" e "apagão" são novas muletas para tentar disfarçar os 7 a 1. Basta de Felipão

Primeiro foi o tal "emocional". Frágil argumento que ganhou força graças a aliados da comissão técnica cebeefiana, que bateram insistentemente em tal tecla. Como abordamos aqui, funcionou como uma cortina-de-fumaça para esconder os nítidos problemas táticos do time brasileiro. Funcionou por algum tempo apenas.
Esses problemas eram claros desde a Copa das Confederações, como o meio-campo "oco" e as ligações diretas entre defesa e ataque. Já em 2013 a dependência das bolas longas fazia dos zagueiros os principais lançadores da equipe. O velho 4-2-3-bola-no-Neymarnão seria o bastante para a Copa do Mundo, evidentemente.
Para dar certo jogando de maneira tão rudimentar, o Brasil dependeria demais de sua camisa. Ela teria que pesar tanto na Copa do Mundo a ponto de envergar um varal feito de aço. Mas mesmo os fardamentos mais densos precisam de gente que o vista e pratique um futebol minimamente competitivo.
Tal desafio se mostrou quase impossível diante dos métodos arcaicos de uma comissão técnica parada no tempo, com discursos e fórmulas antiquadas. O material humano não era ruim, mas sem um bom cozinheiro os melhores ingredientes e uma cozinha equipada nada produzirão além de gororoba.
O cheiro de comida ruim vem da estréia, quando o árbitro japonês Yuichi Nishimura operou os croatas sem anestesia ao assinalar um dos pênaltis mas bizarros das Copas. Como o marcado contra a Turquia, para o Brasil (de Felipão), em 2002. Luizão despencou fora da área e foi presenteado pelo juiz sul-coreano Kim Young Yoo.
Aparentemente os 7 a 1 da Alemanha seriam mais do que suficientes para dar um basta em desculpas cretinas e tentativas de iludir a opinião pública. Que nada. Depois do vexame o próprio treinador falou em "pane geral", como se o time que escalou fosse capaz de encarar o rival. O blog de Mário Magalhães pode ajudá-lo a entender que não.
Pois não demorou a pipocar outro termo comum em nosso país: "apagão". Até parece que estamos falando de um técnico que comandava um time "iluminado". Ora, antes do primeiro gol já se percebia a facilidade alemã para chegar à área brasileira. Os de amarelo eram meros "sparrings". Pisaram a cancha "sem luz".
E quando o time de Scolari goleia, é porque o adversário sofreu um apagão? Não vão reconhecer a abissal diferença entre os times, a superioridade alemã e a nítida incapacidade demonstrada pelo time brasileiro? A quem esses senhores querem enganar? O que ele pensam que os torcedores são, amebas teleguiadas?
É admirável que, mesmo no fundo do poço mais uma vez (como quando encaminhou o Palmeiras ao rebaixamento), ainda tenha apoio de quem se dispõe a procurar explicações para minimizar seus erros crassos. Scolari tem que sair. Seria ridícula, uma afronta sua permanência no cargo para o qual sequer deveria ter sido recontratado em 2012.
Mas um dia outro técnico virá. E sempre haverá alguém pronto para bajular e dar apoio incondicional ao "professor" da vez, ajudando a maquiar os problemas numa estranha aliança de conveniência e vaidade. E eles ainda querem apontar soluções para o futebol brasileiro. Um misto de pretensão e cara-de-pau. Patético!
MOWA PRESS
Felipão em coletiva após derrota por 7 a 1 do Brasil para a Alemanha:
Felipão em coletiva após derrota: números para explicar o número de gols da Alemanha?