segunda-feira, 21 de julho de 2014

Eles sempre tremem diante da amarelinha


'A chegada do Dunga é um gancho no fígado. Recorremos ao passado', analisa Hofman
Admito que senti o golpe.

Como um gancho bem aplicado no fígado.

E não me refiro ao 7 a 1, mas sim aos dias seguintes.

Primeiro a permanência de José Maria Marin e o futuro com Marco Polo del Nero.

Depois o imediatismo de Gallo em sua apresentação, mostrando que o principal objetivo é a conquista da medalha de ouro olímpica.

Na sequência, o anúncio do ex-empresário de jogadores Gilmar Rinaldi como novo Coordenador das Seleções Brasileiras.

Por fim, o soco melhor aplicado: Dunga está de volta.

Falávamos em renovação, novas ideias, revolução, novas táticas. Recorremos ao passado.

Reinicia-se agora uma discussão de quatro anos atrás. Estamos analisando se Dunga fez ou não fez um bom trabalho no comando do escrete canarinho e se merecia outra oportunidade.

Não é esse o ponto. Não é essa a discussão. Não era esse o caminho.

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Escrevi isso no dia da queda de Felipão
Escrevi isso no dia da queda de Felipão
Dunga fez um bom trabalho, com um desfecho terrível por conta de suas próprias escolhas na formação do elenco. Ponto. Acabou. É passado.

Depois do que fez a Alemanha na Copa, o Brasil precisava de algo novo. Mentalidade nova, ideias diferentes. Todo um trabalho novo.

Revolução é o termo que prefiro nesse momento. Passando pelas federações estaduais e pela base dos clubes. Avançando pela estrutura do futebol brasileiro. A Seleção seria consequência.

Temos pessoas capacitadas, mas estas não são "amigas" da CBF. Existem ideias colocadas na mesa, como a democratização da CBF, já bem explicada pelo Bom Senso. Nem de perto é cogitada pelos dirigentes.

Nada vai mudar. Tudo continuará como antes, ou até pior.

E o que mais me entristece é perceber que estamos, mais uma vez, perdendo o bonde da história.

Dunga e companhia podem conquistar tudo nos próximos quatro anos e ficarem com o hexa. Provavelmente teremos gritos de "essa é para vocês, seus traíras". A população sairá às ruas para comemorar. Não basta.

O possante treinador seguirá achando que os rivais sempre tremem diante da amarelinha. Que isso é o suficiente.

Precisávamos de mais. Muito mais. E isso não vai acontecer.

Em 2018, independentemente do resultado, falaremos novamente em mudanças, renovação...

Poucas vezes o abatimento tomou conta de mim como agora.

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Triste demais
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