sexta-feira, 20 de junho de 2014

Prazer, febre amarela: com apoio ensurdecedor, Colômbia bate Costa do Marfim e fica perto de vaga

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Máscaras de Cuadrado e do ídolo Valderrama nas mãos dos torcedores colombianos
Máscaras de Cuadrado e do ídolo Valderrama nas mãos dos torcedores colombianos
"Viaja aqui uma nação, não apenas um time".
Essa é a frase que carrega o ônibus colombiano a cada percurso entre os hotéis e os estádios nesta Copa. Dentre todas escolhidas pela Fifa, talvez nenhuma pudesse ser mais verdadeira. É a chamada ‘febre amarela'. Uma febre que passou por Belo Horizonte, chegou nesta quinta-feira a Brasília e não se mostrou abalada nem mesmo com a perda de um de seus principais disseminadores, Radamel Falcão García, cortado por lesão.
A princípio, imaginava-se não haver qualquer antídoto contra os mais de 20 mil ‘afetados' por ela que acompanham a seleção colombiana em suas viagens. Não havia, mesmo: a Costa do Marfim até tentou, mas foi mais uma a sair derrotada e perdeu por 2 a 1 nesta tarde, no Estádio Nacional.
A cada toque na bola marfinense, uma vaia. A cada marcação contrária, um protesto. No hino nacional, a comoção. Ainda assim, os africanos atuavam bem e freavam James Rodríguez e companhia com uma marcação no meio-de-campo que se mostrava inabalada pela pressão e tinha em Die Serey um de seus principais nomes.
Antes do apito inicial de Horward Webb, ele foi protagonista de uma das principais cenas deste Mundial, ao chorar copiosamente durante a execução do hino.
Em campo, o camisa 20 foi ao lado de Cheick Tioté um dos guarda-costas para que Yaya Touré pudesse avançar e mostrar pela primeira vez em gramados brasileiros o futebol da última temporada no Manchester City. Não bastou para travar toda a dinâmica de James Rodríguez, Juan Cuadrado e Victor Ibarbo.
Em cobrança de escanteio de Cuadrado, um dos melhores em campo, James Rodríguez subiu mais alto que todo mundo e abriu o placar de cabeça aos 19 minutos do segundo tempo. A revelação Juan Quintero aumentou em roubada de bola e contra-ataque rápido aos 25. Gervinho ainda diminuiu em seguida, mas ficou nisso.
O técnico francês Sabri Lamouchi se permitiu deixar Didier Drogba, Kolo Touré e Salomon Kalou no banco de reservas em Brasília.
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James Rodriguez comemora gol
James Rodriguez comemora o primeiro gol colombiano
Mesmo enfrentando uma forte marcação, a Colômbia começou em cima e, aos cinco minutos, chegou pela primeira vez em passe de Cuadrado que Teo Gutierrez, substituto de Falcão, não soube aproveitar ao chutar mascado, sem direção.
Em seguida, o meio-campista ainda tentou lance individual, fez fila, mas, na hora de finalizar, foi bloqueado.
A Costa do Marfim ficava presa no meio-de-campo e não tinha ainda Yaya Touré a saída de bola com a qualidade perseguida. Somente aos 20 minutos, a equipe conseguiu, enfim, construir uma jogada com Tioté, que resolveu arriscar de longe e assustou os colombianos.
Não demorou, no entanto, para a resposta vir: Cuadrado, sempre ele, fez excelente lançamento para James Rodríguez, o meia desceu pela esquerda e encontrou Teo Gutiérrez sozinho dentro da área. O centroavante tinha tudo para abrir o placar, porém falhou ao calcular a pontaria.
Yaya Touré, então, surgiu em lindo lance na faixa central, mas não conseguiu progredir. Mesmo com maior posse de bola, a Costa do Marfim não alterava a dinâmica da partida: bastante estudada, concentrada no meio-de-campo e sem grandes chances.
Esse roteiro foi todo ele por baixo na volta do intervalo.
Primeiro, com Victor Ibarbo, que saiu costurando e reanimou a torcida colombiana logo no início do segundo tempo. Depois, aos 14 minutos, a melhor oportunidade, então, da partida, em pedalada de Cuadrado pela direita e chute no ângulo que Barry espalmou para a trave.
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Drogba aquece para entrar em campo contra a Colombia
Drogba aquece para entrar em campo contra a Colômbia
Os marfinenses mandaram, então Didier Drogba para campo, no lugar do sumido Wilfired Bony.
A Colômbia não se acuou com a entrada da estrela do Galatasaray. Aos 18, Cuadrado bateu cobrança de escanteio com força e encontrou James Rodríguez entrando para cabecear e não dar chances a Barry de rebater.
1 a 0 para os sul-americanos e o estádio vinha abaixo.
Mais ainda seis minutos depois, em roubada de bola na intermediária em saída equivocada de Serey e passe de Teo Gutiérrez para Juan Quintero, que apenas escolheu o canto e balançou as redes com um toque rasteiro. O jovem jogador havia entrado no lugar de Ibarbo na etapa complementar.
A resposta marfinense veio rapidamente. Gervinho fez boa jogada individual, partiu sozinho e, aos 28, não deu chances para Ospina reagir soltando uma bomba da entrada da área. Os africanos ainda respiravam, mas não conseguiram furar a retranca do veterano Mario Yepes e companhia.
Com o resultado, a Colômbia dispara na liderança do grupo C, chega a seis pontos e fica perto da vaga nas oitavas de final. A Costa do Marfim permanece com três e ainda sonha com a classificação. Japão e Grécia, que ainda não marcaram nenhum, entram em campo ainda nesta quinta-feira, às 19h (de Brasília), na Arena das Dunas, em Natal.


Na última rodada, na próxima terça-feira, às 17h, a Colômbia tenta um empate contra o Japão na Arena Pantanal, em Cuiabá, para assegurar o seu lugar enquanto que Grécia e Costa do Marfim medem forças na Arena Castelão, em Fortaleza.