terça-feira, 24 de junho de 2014

Ordem é rezar por Neymar e torcer para Felipão deixar teimosia de lado

O moleque Neymar mostrou, mais uma vez, que o ‘sargento' Felipão deve rezar todas as noites, na clausura da Granja Comary, para Nossa Senhora do Caravaggio proteger o garoto até de unha encravada. Guardá-lo a sete chaves.
Apesar da turma do contra, Neymar fez novamente a diferença na amarelinha desbotada, um time que consegue sofrer até contra uma porção de Camarões absolutamente sem tempero, insosso.
Que o Brasil iria engolir Camarões, ninguém tinha duvidas. Nem mesmo a grande estrela da equipe africana, o turista Samuel Eto'o. Mas não se esperava que a equipe fosse sofrer tanto diante de um time destruído moralmente, principalmente no primeiro tempo.
A grande pergunta antes de a bola rolar era se a tropa do 'sargento' Felipão finalmente iria pegar no breu, corresponderia ao superfavoritismo na briga pelo caneco. Porém, apesar do triunfo (4 a 1), o time nacional voltou a apresentar velhos defeitos.
Laterais pouco confiáveis, meio de campo com criatividade limitadíssima (até a entrada de Fernandinho) e ataque vivendo apenas de Neymar, autor de dois gols (Fred ‘Slater' e Fernandinho completaram o marcador; Matip descontou).
Uma goleada que não pode dormir em berço esplêndido, embora o adversário nas oitavas de final seja o Chile, um velho freguês.
Espera-se também que o ‘sargento' Felipão deixe a teimosia de lado e mantenha Fernandinho no lugar de Paulinho, o que vinha sendo pedido havia muito tempo. E que analise bem a tabela final do grupo A.
Os números dizem tudo: Brasil na frente do México somente no saldo de gols (5 a 3). Muito pouco para uma pátria de chuteiras que sonha com o hexa. 
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Brasil na mídia. "A tática que Muricy utilizava no Santos seguirá sendo a chance de salvação para os Scolari's Boys. É o 4-2-3-bola no Neymar" (de Mauro Cezar Pereira, no ESPN.com.br); "O Brasil é dependente do único gênio que leva a campo. Neymardependência não é neologismo gratuito, mas fato" (de Mário Magalhães, no ‘Uol'); "Neymar Mecânico, Carrossel do Neymar, Neymáquina, Tiki-Neymar-Taka... Há times que entraram para a história por seus estilos de jogo. Essa Seleção poderá entrar para a história por ter Neymar" (de Alexandre Lozetti, no ‘Globo.com'); "A Seleção Brasileira é tão cheia de buracos que é totalmente possível que alguém ainda dê um momento de vergonha na próxima quinzena" (do inglês ‘Daily Mail'). "Brasil vive e respira por Neymar, o farol que ilumina a equipe, de resto, menos temível do que indicaria sua lendária camisa" (do espanhol ‘Marca').
Sugismundo Freud. O pensamento é o ensaio da ação.
Apito coxinha. Sua senhoria, o sueco Jonas Erikson, está de bem com a vida. Apaixonado por futebol e, principalmente, pela latinha que tanto frisson provoca nas arquibancadas, o árbitro da vitória verde-amarela é dono de um pequeno cofre com R$ 23 milhões. O ex-jornalista ganhou na sorte grande ao criar com amigos uma empresa que vende direitos de eventos esportivos. Em 2007, vendeu suas ações e ficou com o burro na sombra e o apito na boca. O que recebe por temporada serve apenas para reforçar a compra no supermercado.
Sugismundo Freud. O pensamento é o ensaio da ação.
Bem, amiguinhos. Depois da lambança do japonês Yuichi Nishimura no jogo Brasil x Croácia, a mamãe Fifa reforçou a ordem aos árbitros: nada de circular sozinho pelas ruas e sempre passar com um zíper na boca pela mídia. Deve evitar até cumprimento. A poeira do apito amigo no pênalti marcado contra os croatas, após memorável atuação do 'ator' Fred 'Slater', ainda continua forte nos bastidores do Mundial.
Zé Corneta. Deu zebra na Arena da Baixada: Austrália 0 x 3 Espanha.
Bem, diabinhos. Faça o que eu mando, não faça o que eu faço: os vereados da Pauliceia refém da violência condenaram sumariamente o feriado proposto pelo prefeito Fernando Haddad, mas nenhum deles pintou na Câmara Municipal para pelos menos tomar um cafezinho. Até os assessores deram o cano. Bancada com o seu, o meu, o nosso rico dinheirinho, a Câmara lembrou cidade fantasma.
Caiu na rede. Camarão que dorme a onda leva e vira petisco.
Gilete press. De Marina Dutra, no ‘Contas Abertas': "Os R$ 8 bilhões gastos com a construção dos estádios para a Copa equivalem ao dobro do investido pelo governo federal em saúde em 2013, e é maior que o valor de investimentos em educação no ano passado. Em 2013, o Ministério da Saúde investiu R$ 3,9 bilhões. No Ministério da Educação, os valores foram de R$ 7,6 bilhões." E segue o baile.
Dona Fifi. Prefeitura de Porto Alegre caiu na real: 120 mil argentinos devem invadir a capital gaúcha para acompanhar a partida contra a Nigéria, nesta quarta, no Beira-Rio. A previsão inicial era de 40 mil hermanos.
Tititi d'Aline. O Grupo Gay da Bahia informa: a partir desta quarta, em Salvador, sairá do armário a exposição 'Irã, o inferno dos homossexuais'. A inauguração será no mesmo dia em que o Irã jogará contra a Bósnia, na Fonte Nova. A mostra ficará na sede do GGB até o final da Copa.
Você sabia que... 373 bebês em São Paulo foram batizados como Neymar desde que o moleque se profissionalizou no Peixe?
Bola de ouro. Holanda. Fechou o grupo B com 100% de aproveitamento. Robben está jogando muito. O México que se cuide!
Bola de latão. Jorge Sampaoli. Reclamou que a Holanda não quis jogar. Análise perfeita. Tanto que o Chile apanhou só de dois.
Bola de lixo. Paulinho. Outra atuação decepcionante. Tem de esquentar o bumbum no banco verde-amarelo até reencontrar o bom futebol de outros tempos. Menção honrosa: Daniel Alves. Com cabelo à la carvão queimado, também está devendo, e muito.
Bola sete. "A maioria do povo brasileiro, desencantado como está, não pode perder mais nada" (de Ferreira Gullar, na 'Folha' - no queixo).
Dúvida pertinente. Por que nenhum dos presidenciáveis (Dilma, Aécio e Campos) não foi ao Mané Garrincha assistir ao jogo do Brasil?