quinta-feira, 3 de abril de 2014

Vivo! Fla tira invencibilidade de quatro anos do Emelec no Equador e fica a uma vitória da classificação

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Alecsandro, autor do gol do Flamengo carrega a bola no duelo contra o Emelec, em Guayaquil
Alecsandro, autor do gol do Flamengo carrega a bola no duelo contra o Emelec, em Guayaquil
Foi no sufoco. De prender o fôlego até o fim. De arrancar a garganta. Mas valeu. Com uma atuação heroica, o Flamengo conseguiu arrancar uma vitória de 2 a 1 sobre o Emelec, até então invicto desde 2010 em jogos no Equador pela Libertadores. A vitória chegou com um gol heroico de Paulinho aos 47 minutos do segundo tempo. Com isso, o time está mais do que vivo na Libertadores e depende de uma vitória simples sobre o León, na próxima quarta-feira, no Maracanã, para avançar às oitavas de final.
Com o resultado, o Flamengo chegou à terceira posição, com sete pontos, o mesmo número do vice-líder, León. O Bolívar lidera a chave com oito pontos, enquanto o Emelec é o lanterna, com seis pontos. 
Cheio de desfalques para a partida, Jayme de Almeida escalou Alecsandro na vaga de Hernane, que tinha dores nas costas. Na lateral direita, o zagueiro Welinton foi improvisado. No meio de campo, Gabriel retomou a vaga, em lugar de Mugni.
Na próxima rodada, o Flamengo recebe o León, quarta-feira, no Maracanã, às 19h45. No mesmo horário, o Emelec vai até La Paz enfrentar o Bolívar, líder do grupo 7, com oito pontos conquistados.
O jogo
Já de início, o Flamengo demonstrou postura diferente dos outros dois jogos fora de casa nesta Libertadores. Mais calmo, ciente do papel a fazer e sem dar o bote no adversário, o que possibilitaria uma nova lambança.
Welinton, pela direita, fechava bem a lateral. Na frente, o quarteto Everton, Gabriel, Paulinho e Alecsandro perturbava com pressão na saída de bola. O Emelec se espantou. E cedeu campo. Tanta pressão não tardou em dar resultado.
Aos sete minutos, Everton foi à ponta esquerda e cruzou para a área. Marotamente, Nasuti desviou a bola, que tinha como direção a cabeça de Alecsandro na pequena área, com a mão. Pênalti assinalado pelo assistente Francisco Mondria e referendado pelo árbitro Julio Bascuñan.
Experiente, Alecsandro foi para a cobrança. Mesmo com o apito, demorou segundos a cobrar, elevando a tensão. Mas bateu bem, no canto esquerdo, rasteiro, sem chances para Dreer, que caiu para o lado certo. Flamengo 1 a 0.
O resultado precoce era melhor do que a encomenda. Afinal, mesmo um empate em Guayaquil não seria de todo ruim e manteria as boas chances de classificação. Ainda mais considerando-se que o Emelec estava imbatível em casa há 14 jogos, apenas pela Libertadores.
A vitória parcial rubro-negra não mudou tanto o panorama. Sem pressa para tentar o segundo gol, o Flamengo manteve-se organizado à espera de uma brecha do Emelec. O time equatoriano, pressionado pelos quase 20 mil torcedores, tentava encaixar uma jogada. Pouco fazia. Somente aos 28 minutos, em chute de Mena de fora da área, ele assustou Felipe. O goleiro, no entanto, fez bela defesa.
Impaciente, o técnico Gustavo Quinteros sacou Corozo, um meia, e pôs Caicedo, um atacante, para explorar o lado direito do Fla, com Welinton improvisado. A correria aumentou. A eficiência, não. E num primeiro tempo disputado, mas sem grandes emoções, apenas um chute de Everton, rebatido por Dreer, aos 42 minutos, foi digno de destaque.
Na segunda etapa, Gustavo Quinteros tirou Mondaini e colocou Bolaños em campo. Um meia pelo outro. A pressão aumentou. O Emelec se fez mais presente. Aos 11, Bolaños entrou na área, mas chutou por cima do gol. Foi a senha para Jayme entender que o time perdera o meio de campo. Por isso, tentou reforçar a marcação com Recife no lugar de Muralha.
O garoto, no entanto, deveria fazer a cobertura de Weliton pela direita, mas entrou nervoso em campo. Minutos depois, o castigo. Aos 18, Caicedo aproveitou falha de Recife na saída de bola, entrou na área e foi derrubado de forma bisonha por Welinton, que literalmente rolou sobre o atacante.
Pênalti bem marcado e melhor ainda cobrado por Stracqualursi, no alto, sem chances para Felipe. 1 a 1. E o pavor da eliminação voltava a circular as expressões rubro-negras. Com uma derrota, o clube estaria eliminado da competição com uma rodada de antecedência.
Essa possibilidade, claro, refletiu na partida. O time rubro-negro ficou mais nervoso e o Emelec, mais animado. A partida ficou aguerrida, mais pegada no meio de campo. Aos 28 minutos, Paulinho quase completou bom lance de Everton pelo lado esquerdo. Mas o Flamengo cansava.
Welinton, sem ritmo de jogo, acabou substituído por Chicão. Fôlego novo para a cobertura do lado direito. Em seguida, Jayme tirou Everton, também esgotado,para Negueba. Uma tentativa de puxar contra-ataques e manter mais a posse de bola. Mas a aflição das bolas aéreas do Emelec continuava. O coração rubro-negro disparava. E apenas Negueba parecia ter fôlego. E teve.
Aos 47 minutos do segundo tempo, ele recebeu bola pelo lado esquerdo e parecia que iria prendê-la. Mas não. Negueba achou Paulinho entrando na área, pelo lado direito, e lançou. Com tranquilidade,o camisa 26 bateu no canto do goleiro Dreer, sacramentou a vitória e avisou a todo rubro-negro: a decisão da vaga será em casa, diante da Nação.
FICHA TÉCNICA
EMELEC 1X2 FLAMENGO
Local: Estádio Geroge Capwell, em Guayaquil (Equador)
Data: 2 de abril de 2014 (Quarta-feira)
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitro: Julio Bascuñán (Chile)
Assistentes: Francisco Mondria (Chile) e Raúl Orellana (Chile)
Gols: Alecsandro (FLA), aos oito minutos do primeiro tempo e Stracqualursi (EME), aos 20 minutos do segundo tempo e Paulinho (FLA), aos 47 minutos do segundo tempo.
EMELEC: Dreer; Narváez, Guagua, Nasuti e Baqui; Quinónez, Corozo (Caicedo) Giménez (Charcopa), Mena, Mondaini (Bolaños) e Stracqualursi
Técnico: Gustavo Quinteros
FLAMENGO: Felipe; Welinton (Chicão), Wallace, Samir e João Paulo; Amaral, Muralha, Gabriel, Everton (Negueba) e Paulinho; Alecsandro (Alecsandro)
Técnico: Jayme de Almeida