quarta-feira, 19 de março de 2014

A vitória excelente -- e assustadora! -- do Botafogo contra o Independiente del Valle

O cruzamento perfeito de Lucas, a cabeçada de Ferreyra e a boa atuação de Jorge Wágner, pelo meio, aproveitando a violência de seu chute, são pontos positivos da atuação do Botafogo contra o Independiente del Valle. O resultado excelente (1x0) coloca o Botafogo perto da classificação, com a necessidade de ganhar do Unión Española no Maracanã. Mas o final da partida e a tensão do Maraca pelo apito final foram assustadores.
A angústia da Libertadores é inexplicável. Joga-se o torneio como se fosse a vida e isso atrapalha. Os times brasileiros deixam de ser brasileiros. Não põem a bola no chão, não trocam passes, diferente do que acontece nas rodadas de início de Campeonato Brasileiro. É bola pro mato que o jogo é de campeonato, não me fale das flores, é partida de Libertadores!
Isso é ruim! Quando o futebol brasileiro não ganhava o torneio continental explicava-se essa angústia contínua. Explica-se até pela obrigação botafoguense de mostrar sua força e avançar às próximas fases, mas a boa campanha, que fará a América do Sul conhecer o Botafogo outra vez, só acontecerá com bom jogo, bom futebol, bola no chão.
De todas as providências de Eduardo Húngaro até aqui, a melhor foi tirar Jorge Wágner da lateral do campo e colocá-lo como armador central. Como nos tempos de Bahia e Cruzeiro, no início de carreira, Jorge Wágner pode explorar o que possui de melhor. O bom passe e o chute de longa distância, duas vezes na trave.
O Botafogo titular jogou dez partidas neste ano. Ganhou cinco, empatou três e perdeu duas, para Independiente del Valle e Deportivo Quito, ambas na altitude. O resumo do ano é bom, não admite a aflição de quem anda dando vexame. A pressão pela campanha ruim do Estadual se mistura com isso e não faz sentido, porque foi causada pelo time reserva, escalado em função da prioridade à Libertadores.
Então é hora de colocar a bola no chão. Ganhar do Independiente del Valle por 1 x 0 na fase de grupos da Libertadores não pode ser um ato de heroísmo.